Publicado em 23/01/2009 às 22:14
Temas: Bicicultura
Publicado em 17/01/2009 às 21:35
Temas: Bicicultura
Como vocês podem ver pela foto que deixei no último “post”, estive 10 dias em Paris com direito a neve e tudo mais e o melhor, conhecer a cidade sobre bicicleta. Mas isso vou contar depois, com calma, agora estou de volta ao trabalho.
Ensaio este “post” desde que cheguei e ainda não sei se está como queria. Mas preciso escrever sobre os acontecimentos recentes. Como que algo tão longe e com alguém que nunca conheci, pôde me afetar assim. Para quem não sabe sobre o que escrevo, vou contar. Em 14 de janeiro por volta das 18:00 horas (no Brasil 16:00h), recebi uma mensagem, pelo google talk, do meu primo (jornalista) que mora e trabalha em São Paulo. Ele dizia que uma ciclista havia morrido na Av. Paulista naquela tarde e se eu sabia de algo. Não sabia e pedi o link para a notícia, o que ele prontamente repassou. Lida a notícia veio a indignação, procurei nos “blogs” brasileiros e nada de comentários. A ciclista em questão era ativista no movimento paulista da bicicletada (a massa crítica de lá) e utilizava a bicicleta em todos os seus deslocamentos diários. Isso mesmo, pedalava no trânsito da cidade de São Paulo, diariamente, como muitos que lá vivem. Foi morta por um ônibus (autocarro) que não respeitou o código de Trânsito Brasileiro que obriga os veículos a passarem a pelo menos 1,5mts de distância lateral de uma bicicleta quando a ultrapassam. Segundo uma testemunha, o ônibus tocou na bicicleta o que derrubou a ciclista sob o coletivo. Já no dia 15 muitos “blogs” escreviam sobre a Marcia e vou colocar aqui para quem queira saber mais (ou melhor) sobre o acontecido o “post” do Apocalipse Motorizado que está com os vários “links” para a maioria das notícias e postagens a respeito deste fatídico acontecimento http://apocalipsemotorizado.net/2009/01/15/marcia/
Por enquanto, sem mais nada a dizer...
Publicado em 14/01/2009 às 14:48
Temas: Bicicultura
Já disse, ou se não disse pensei, que completei um ano em terras lusitanas no passado Setembro. Mais propriamente no dia 24 de Setembro e também já disse ou se não disse, vocês sabem … pensei, que desde fins de Maio que estava sozinho por cá. Mas eis que no dia 28 de Outubro minha esposa chegou a Lisboa, depois de mais de 24 horas de viagem, uma escala em Munique, desembarque no Porto e mais uma viagem de autocarro (ônibus) do Porto até Lisboa. Não vou contar aqui sobre o reencontro, isso fica entre nós dois, mas vou dizer que fiz uma surpresa para ela. Comprei um veículo “zero” para presenteá-la quando chegasse. Lógico que existiam intenções ocultas no presente, mas são sempre boas intenções. Não vou fazer o suspense que fiz no “Comprar um veículo” e já vou adiantar o que comprei. Está na foto abaixo, a belezinha prata e preta, com 24 velocidades, e 13kg de peso.
Agora vem o grande desafio, transformar a minha esposa, que já foi atleta campeã nacional, em uma ciclista sem medo de subidas e do trânsito. Não quero dizer com isso que ela não saiba andar de bicicleta, muito pelo contrário, ela sabe e bem. Mas não tem o costume, ou pelo menos não começou. E as subidas e o trânsito, não necessariamente nesta ordem, são os maiores empecilhos para quem começa a usar a bicicleta para os seus deslocamentos diários. Mas aos poucos estamos a desbravar caminhos (que eu já conhecia) e explorar novas rotas como por exemplo, a travessia de barco até o Porto Brandão. No verão eu fiz algumas vezes a travessia até Trafaria e de lá ia para as praias da Costa da Caparica, mas nunca havia parado em Porto Brandão. Até porque não tem muita coisa lá, só uma estrada que liga o porto até o alto do morro. Entenderam bem? Alto do morro…, já volto a isso.
Com minha esposa aqui e agora que ela tem o seu veículo, não carregamos mais o passe mensal, desta forma um dos seus compromissos nos estudos (com um dos orientadores do doutorado) ficou um pouco mais dispendioso. Deixa explicar qual o compromisso. Uma vez por semana ela vai até o Instituto Piaget que fica em Almada (do outro lado do Tejo para quem não sabe), mais especificamente ao lado da estação de comboios (trens) de Pragal. Antes quando comprávamos o passe mensal (que é uma óptima forma de estímulo ao transporte público) minha esposa saia de casa de comboio até o Cais de Sodré. De lá, pelo metro ela chegava na estação Sete Rios e apanhava um outro comboio através da ponte 25 de Abril até Pragal. Na volta fazia o caminho inverso. O único custo adicional era o comboio até Pragal pois em nosso passe mensal não compensava o acréscimo da linha de comboios da Fertagus (Lisboa/Pragal) para o uso que fazíamos (digo isso pois as vezes ia também até lá).
Já que não mais compramos o passe mensal o custo deste deslocamento aumentou muito, só por curiosidade (de vocês) o bilhete de comboio de Cruz Quebrada até Cais de Sodré fica em 1,30€, o metro mais 0,75€ e o comboio até Pragal mais 1,65€. Gasto total de 3,70€ para cada sentido. Mas temos os nossos veículos então podemos percorrer um outro caminho, muito mais lógico (se olhar no mapa) e mais rápido também. Saímos de casa e andamos 5km até o porto de Belém, atravessamos de barco até Porto Brandão e depois mais uns 7km até o Instituto Piaget. Custo 0,85€ da travessia de barco em cada sentido, um passeio pelo Tejo e uma vista linda do alto do morro (não tem preço… não resisti). É isso mesmo, alto. Para mim foi tranquilo, depois destes meses com a bicicleta as subidas não são mais o desespero do caminho. Lembro quando andava no Brasil só aos finais de semana, de uma subida que tínhamos quase sempre que enfrentar e que era algo que pensávamos como difícil. Hoje se pedalasse por lá acharia muito tranquilo de subir.
Mas vamos voltar ao alto. Minha esposa, que de bicicleta até então tinha feito o caminho de casa até o meu trabalho duas vezes (praticamente plano) e mais uns dois passeios pela beira do Tejo e que no total pouco passava de 40km, aceitou ir para o Piaget. Eu que não conhecia o caminho, busquei pelo Google Earth e planeei (planejei) para não errar nenhuma entrada e aproveitei para ter ideia da subida (mais de 100mts no ponto máximo). Falei para ela que não teria muito problema, já que pelo que via a subida estava distribuída por pelo menos uns 3km. Mas o que eu não imaginei era que o Google pudesse errar tanto. Primeiro porque o que imaginei que seriam 3km não passou muito de 2km e depois porque a subida começava já próximo de 1km. Em síntese, para quem conhece, tem certos pontos da subida que deve chegar a 10% de inclinação. Nós dois numa estrada estreita (que para minha esposa já é um terror) e a pedalar ladeira acima foi algo cómico de assistir. E eu nem podia rir, já que se risse provavelmente não dormiria em minha cama aquela noite (e olha que fazia pouco que ela havia chegado). Sei que logo no começo ela desceu da bicicleta e empurrou toda a subida sem conversar comigo e eu como já a conheço bem nem falei, quietinho até o alto. Do ponto mais alto foi só descer até o Piaget e eu sempre a lembrava que na volta seria quase tudo descida, elogiava a disposição dela na subida e tudo mais. Só que depois na semana seguinte ela foi de comboio, mas o tempo já estava ruim e eu não fui com ela.
Há, esqueci de mencionar que antes ela já havia empurrado, quer dizer, subido o morro atrás de casa até Linda-a-Velha para irmos ao mercado, mas isso é uma outra história que conto depois. Para terminar esta, mostro aqui os conta-quilómetros com as nossas andanças do mês de Novembro. Eu andei pouco, já que estou a sair de uma gripe e o tempo chuvoso e frio destes últimos dias de Novembro iriam fazer muito bem para a gripe e muito mal para mim, então somei só mais 343km. Já minha esposa andou 121km. Vamos pedalar mais agora em Dezembro e contarei aqui. Até…
Publicado em 29/12/2008 às 17:20
Temas: Bicicultura
Ok seu policia, qual foi o problema? A cena foi um tanto surreal, o policia com meio corpo para fora da viatura a perguntar para onde que iríamos. Já sei! Ele estava preocupado com a nossa segurança no trânsito. Não? Ele falou que recebeu um chamado porque haviam bicicletas na via pública e foi verificar? Será que foi o deputado Victor Gonçalves quem ligou, aquele que disse que nunca viu ciclistas em Lisboa (Bicicletas Partilhadas de Lisboa Chumbadas) . Espera aí, a história não começa assim, vamos ao princípio...
Última sexta-feira do mês, dia de Massa Crítica e como escrevi antes, desta vez eu fui participar e mais, levei mais um participante. Ou melhor uma participante, minha esposa que voltou do Brasil no final de Outubro e que ganhou de presente quando chegou uma bicicleta (lógico que com segundas intenções). Depois de trabalhar dia 24 e dia 25 eu não trabalharia dia 26. O dia parecia mais um feriado com boa parte do comércio fechada e eu não acreditei que a Loja do Cidadão estivesse aberta. Como haviam telefonado para eu levantar o passaporte no dia 26 e vou viajar dia 31 aproveitei que ia até Lisboa participar da Massa Crítica, que parte sempre da praça Marquês de Pombal, para passar na Loja do Cidadão. Eu e minha esposa saímos de casa por volta das 15:30h, já que de casa até a Loja do Cidadão são, aproximadamente, 13km. Como alguém que ia comigo ainda tem um certo receio de usar a estrada (ruas e avenidas), andamos algumas vezes sobre o passeio (calçada) o que torna o deslocamento muito mais lento e calculei que demoraríamos por volta de uma hora para chegar lá. Acabamos por demorar mais, pois depois do Cais de Sodré, ela não quis andar na av. da Ribeira das Naus e muito menos na rua do Arsenal, então lá fomos nós sobre o passeio, que é estreito e mal cabe duas pessoas lado a lado, a levar as bicicletas a mão. Subimos a Rua Augusta até o Rossio, passamos pelo teatro Nacional, atravessamos a rua na passadeira (faixa de pedestre) e chegamos na Loja do Cidadão em frente a praça dos Restauradores. Quero saber que outro veículo permite que quem esteja a usa-lo possa passar a peão (pedestre) e leva-lo a mão? Vai fazer isso com um carro ou pior, com um “SUV”, quero só ver.
Bom cheguei, entrei e saí da Loja do Cidadão com o meu passaporte. Viva! Estava pronto como disseram. Parabéns aos serviços públicos que normalmente não recebem nenhum tipo de elogio.
Como podem ver pela foto acima, a av. da Liberdade já estava um caos de carros. E lá fomos nós sobre o passeio e com as bicicletas a mão. Terminamos a subida, atravessamos a rua Joaquim António de Aguiar e chegamos no início do Parque Eduardo VII, onde é a concentração das pessoas que irão participar. Logo à chegada uma cena chama a minha atenção. Um “jeep” que está parado com duas rodas sobre o passeio desce duas bicicletas e uma grande câmera de vídeo. Logo vi que era a reportagem de algum programa de TV. Bom chegamos, paramos as bicicletas e logo depois chegou a repórter e o cinegrafista para fazerem uma reportagem sobre a Massa Crítica (SIC). É, estava lá a imprensa outra vez. (na foto abaixo a repórter e o cinegrafista bem no centro da imagem)
Foge da câmera daqui, foge da câmera de lá e não é que somos entrevistados. Não teve jeito, minha esposa que não é tão rápida em fugir de repórteres como eu (ela bem que gosta de um reflector) foi chamada para ser entrevistada. Eu como estava ao lado e era o “culpado” por ela estar lá não escapei de responder algumas perguntas. Vamos esperar para ver quando vai ao ar e assistir para saber se não manipularam o que falei. Depois, se achar o vídeo, coloco-o aqui.
Descobri que a repórter e o cinegrafista iriam acompanhar-nos por um bom tempo, inclusive que o cinegrafista era um doido, pois com uma câmera que deve pesar algo em torno de 7 a 8 quilos nos ombros, uma só mão no guiador e uma relação de marchas nada amigável, lá foi ele para cima e para baixo entre os participantes a fazer várias tomadas de cena e a gravar mais entrevistas sobre as bicicletas (sobre mesmo, enquanto pedalava a repórter entrevistava). Começamos o percurso com a tradicional volta ao Marquês, neste ponto contei 34 ciclistas, incluindo uma miúda que participou até ao fim junto da mãe (foto abaixo) e esqueci de contar a mim mesmo. Viu porque levei a esposa a participar também. Para quem tem receio de andar no trânsito ou para quem ainda é muito pequeno, nada melhor que começar em grupos. Inclusive se repararem na foto da miúda e não ligarem para o ligeiro defeito no foco, poderão ver o sorriso de satisfação no rosto dela.
Mas vamos ao trajecto, descemos pela av. da Liberdade, rua Áurea , viramos a esquerda na rua de São Julião(?), subimos pela rua da Prata até a praça da Figueira. Fizemos uma parada, algumas fotos e decidiram onde andaríamos. Até um pouco antes a repórter e o cinegrafista nos acompanharam, quando paramos na praça da Figueira já não os via mais. Decidido o caminho seguimos até a praça Martim Moniz, e aí eu vi um pai e a filha que acredito tenham juntado-se ao grupo ele a correr e a filha na bicicleta. Tomamos a rua da Palma, av. Almirante Reis, passamos pela Alameda e seguimos até a praça Francisco Sá Carneiro no Areeiro e aí que aconteceu o que escrevi antes. Estávamos em plena rotunda do Areeiro quando ouço a sirene da viatura. Pensei comigo, será que alguém avançou o sinal? Como eu estava bem ao meio do grupo e a mudar de faixa vi que não. Preparávamos para dar umas voltas na praça quando a viatura aproximou-se de um dos ciclistas do grupo e fez a pergunta “Qual o destino de vocês?”. Bom ele estava preocupado com a nossa segurança, que óptimo um policia tão prestativo. Não! Foi porque chamaram, pois haviam muitas bicicletas na via. Só pode ser alguém que não conhece o código de Estrada Português. Está lá, a bicicleta é um veículo e como tal deve andar na estrada. Paramos todos com o policia a dizer que estava ali porque fora chamado e para verificar se todos tinham os equipamentos de segurança. Quem bom, o policia realmente estava preocupado connosco. “Todos tem luzes?” Sim luzes e reflectores, até mesmo as miúdas com as suas bicicletas mais pequenas estavam equipadas. “E o colete, onde está o colete?” Colete? Mais para quê? Que eu saiba o colete é obrigatório para quem tem o seu veículo imobilizado na via e não era o nosso caso. Bom estávamos imobilizados, mas pelo seu policia e não por pane mecânica ou acidente. Depois que a malta (grupo, rapaziada) toda disse para o seu policia que colete não era obrigatório eles se deram por satisfeitos e foram embora, não sem antes avançar o sinal fechado.
Bom demos as nossas voltas na rotunda e paramos em um local calçado na rotunda. Neste espaço que paramos, onde não caberiam dois carros, estacionamos 25 bicicletas e um triciclo e estávamos em 27 pessoas.
Ficam ai as fotos como testemunho.
Mais uma coisa, foi muito bom ter participado, valeu a pena, quem não foi perdeu e quem foi volte para a próxima, que por sinal será na última sexta-feira de Janeiro com encontro marcada na praça Marquês de Pombal às 18:00h. Até lá…
Quem sabe na próxima eu vá assim como no vídeo abaixo. Será que o seu policia vai perguntar do colete?
Francisco Alem-Tejo @ O meu mundo
Publicado em 19/10/2008 às 18:54
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