Um ano de bicicleta em Lisboa

Francisco Alem-Tejo @ O meu mundo

Publicado em 30/07/2009 às 18:21

Temas:

E pronto! Parece que foi ontem mas já passou 1 ano! Com a minha Trek 3700 (passo a publicidade, mas parece-me que foi uma boa opção aconselhada pelo pessoal da biclas.com), andei na cidade de Lisboa nos últimos 365 dias. Não andei todos os dias, nem sequer tenho uma estimativa do número de dias em que andei. Mas foram bastantes (talvez 25 a 40% das deslocações). Sobretudo de casa (Almirante Reis) para o trabalho (Tapada da Ajuda), 8 km para cada lado. Mas também de casa para o Campo Grande, e regresso. E de casa para o dentista (Camões) e regresso. E outras deslocações...

No total, 1750 km. Para estimar o equivalente em carro devo ter de acrescentar uns 10% a esta distância. Só em combustível, o que poupei praticamente pagou o investimento na "poderosa".

Acidentes: zero. Furos de pneus: zero. Grandes sustos: zero.

Os principais problemas: 1. os carris dos elétricos, que são traiçoeiros... 2. alguns apertos com carros, que fui evitando há medida que ganhei experiência e me pus mais no meio da via, para evitar que me passassem razantes.

Lanço o repto a outros amantes de bicicletas: Deixem o carro, juntem-se a nós.

A comemorar este aniversário, uma prenda: uma ciclovia desde o Cais do Sodré, que passarei a utilizar até Alcântara.
 

Tres rodas, muitas funções!

@ Uma bike pela cidade

Publicado em 23/07/2009 às 12:22

Temas: Bicicultura Filme Notícias

Interessante este conceito para quem tem crianças e deseja passear com elas:
(vídeo embutido)




Invenção israelita!
 

Back Again

@ (I) Mobilidade

Publicado em 8/05/2009 às 0:00

Temas: Bicicultura

Estou de volta! Não que eu tenha ido à algum lugar. Quer dizer fui a vários não tenho é vindo cá no "blog". Isto aqui ficou as traças, mas nem tanto. Se notaram no lado esquerdo dos "posts", logo abaixo do "banner" com o nome do "blog", tem as mensagens do "twitter". Pelo menos estas mensagens aparecem aqui e o espaço não tem um ar de abandono.
Está certo que ninguém mais aguentava a reportagem da SIC, que começa sempre que se chega ao "blog". Entra e lá começa a apresentadora a falar. Nem eu mesmo. Mas agora com este "post" ela não vai mais aparecer, pelo menos assim espero. Também estava com uma certa preguiça mental em escrever por aqui. Algo na linha editorial... sei lá. Dúvidas. Alargava os temas ou mantinha restrito na linha da mobilidade ciclável. Mas como manter na linha da mobilidade se estava a andar tão pouco de bicicleta, principalmente como transporte diário? Tudo culpa da mudança de endereço do trabalho. Não só o endereço mas também da função. Sim mudei de função, não sou mais formador no Centro de Férias do Inatel na praia de Santo Amaro. Agora trabalho na sede da Fundação e sou o coordenador dos formadores nos 38 espaços Net para Todos. Mas sobre isso falo depois. Aos poucos e provavelmente em outro espaço, não este.
Agora estou de volta para falar da mobilidade, afinal este é o tema do "blog" e não vou alargá-lo não. Talvez algumas linhas sobre outros assuntos entre um ou outro parágrafo. Mas por que mesmo estou de volta ? Simples, voltei a pedalar para ir ao trabalho. E não só isso, vou também escrever por cá sobre os passeios que tenho feito em bicicleta e olhem que já tem algumas boas histórias. Estes passeios são quase sempre feitos nas "domingadas", junto com o pessoal da Ciclo-Via.
Por falar em Ciclo-Via, cadê o meu "logo"? Só o Gonças é que tem, quer dizer tinha? Quero o meu também, tenho que colocá-lo no "blog", fazer publicidade. Ana, Bruno, quero também o "logo" do Planeta Bicicultura como posso fazer publicidade sem "panfletos"?
De volta aos relatos. Fiz uma sequência de fotos do caminho para o trabalho. Faltou o caminho inicial de casa até a estação de comboios. Pode ser a estação de Cruz Quebrada ou então vou até a estação de Algés. Do comboio desço na estação terminal de Cais do Sodré. Como podem ver pela foto abaixo.



Sair da estação é muito tranquilo, mas só depois que o tumulto passou. Imaginem um comboio com sete carruagens, que levam pelo menos 40 pessoas a desembarcarem todas juntas. E é mesmo quase todas juntas, haja aperto, parece que sempre estão todos atrasados. Bom depois do tumulto fica tudo como está na foto acima. Aí é só sair pela passagem disponível para cadeiras de rodas, já que as outras são bem apertadas, e ganhar a rua. Como na foto abaixo, que mostra a rua entre a estação de comboios e o cais dos barcos. Logo a frente a paragem dos auto-carros. Neste horário, pelo menos por aqui, quase não tem movimento de carros. Tem de gente.


Mas logo em frente naquele ponto, a foto que está logo abaixo não mostrou, mas o cruzamento em questão está um caos em determinados horários. Tudo por causa do condicionamento do trânsito em frente ao Terreiro do Paço. Mas para quem usa bicicleta o trânsito flui muito bem.


Na sequência, não deu para mostrar bem, ou melhor, a fila de carros não estava tão grande. Um detalhe, mudaram a fila de lugar. Antes virava-se à esquerda no semáforo. Agora passa-se sobre o parque de estacionamento. Não sei como estão a fazer para cobrar o estacionamento, pois não existe só a entrada com a cancela. Agora existe uma entrada bem no meio do parque e sempre uma fila de carros a passar por lá. Na sequência não consegui fotografar o parque de estacionamento nem a rua do Arsenal, precisava das minhas duas mãos no guiador para passar entre os carros parados no congestionamento. Fartei-me de rir sozinho. Todos lá parados e eu e mais alguns outros ciclistas a seguir sem problemas. Quer dizer quase sem problemas. Isto porque alguns automobilistas não gostam de dividir a via e aproximam-se o mais possível do passeio. Mas não tem problema, quando não podemos passar entre o passeio e o carro vamos para o meio da faixa e passamos pelo lado esquerdo. Não é este o lado que se deve usar para ultrapassar um veículo mais lento?

Olhem lá, só mesmo o transporte público para passar neste cruzamento. O cruzamento em questão é o outro, com a rua da Prata que no momento não é possível para os carros virarem à esquerda, só aos transportes públicos ou então para as bicicletas que se aventuram por lá. Não vi muitas neste dia. Passaram três por mim, mas no sentido oposto ao meu.


E como fica fácil de perceber pela foto abaixo, a rua da Prata está tudo muito tranquilo. Se não fosse a carrinha dos CTT passar bem na hora da foto, seria visível apenas um carro logo a frente e dois autocarros, mais nada. Lembra em um dia normal como era passar por aqui nesta hora (8:30h). Muito melhor agora e ainda mais em bicicleta. Se fosse publicidade seria de cartão de crédito. Não tem preço.


Aqui já cheguei até a praça da Figueira. Crianças não façam isto em casa, ou melhor crianças podem fazer (andar sobre o passeio)na cidade. Embora neste horário muitos carros e carrinhas estão sobre o passeio neste lugar (Rua Dom Antão de Almada até o Largo de São Domingos). Assim não me sinto tão mau por passar aqui, além de cortar um bom pedaço de caminho. O normal seria ir até ao lado da praça do Rossio, subir até o teatro e só então começar a subir a calçada do Garcia.

E olha que é subir mesmo. A imagem aqui em baixo não dá toda a dimensão da subida, além de ser só a primeira. Depois de passar pela calçada do Garcia tenho que subir a Calçada de Sant'Ana. Calma que chego lá. Até aqui, no Largo de São Domingos, foi tudo praticamente plano. Na verdade foi plano, mas daqui para frente é só a subir.


Na foto da sequência não consegui mostrar toda a inclinação do terreno, mas convido a quem quiser conhecer este pedaço de Lisboa a fazer um passeio por lá. É meio estranho, este pedaço do Largo de São Domingos e a Calçada do Garcia tem uma concentração enorme de africanos, além de ter a Igreja que mais impressiona em Lisboa, pelo menos a mim. Vale a pena dar uma olhada na Igreja de São Domingos.

Não tenho altímetro na bicicleta, mas pelo google earth tentei uma aproximação e não funcionou. Sei lá o que aconteceu. Normalmente o google earth apresenta a altitude onde está o ponteiro sobre o mapa. No meu caso mostra 84 metros no Largo de São Domingos!! Impossível, ficou maluco. Mas a subida pela Calçada de Sant'Ana tem que ser feita em sentido contrário. Contra o trânsito, então o melhor é subir e levar a bicicleta a mão.

Assim podemos perceber melhor uma das maiores pragas que assolam as cidades, concelhos ou vilas portuguesas. Estacionamento sobre o passeio. E olha que a câmara municipal até faz dos passeios paliteiros para os pilaretes e mesmo assim tomem carro sobre o passeio. Ô praga. E depois eu me sinto culpado por ter andado sobre o passeio de bicicleta. Quando ando sobre o passeio, não fico em um lugar por mais que alguns míseros segundos. Tomo sempre cuidado com os peões dando-lhes a preferência. Mas os automobilistas conseguem usurpar quase todos os lugares disponíveis para circular na cidade, quer seja na estrada, rua ou passeio. E não só para circular, mas também para desfrutar por longas horas, quando não dias.


Agora vem o meu maior problema neste tipo de deslocamento. Guardar a bicicleta. Simplismente não tenho onde deixá-la, então fica sobre o passeio presa em uma placa. Acabo de falar dos automobilistas e o péssimo costume de estacionar e lá vou eu fazer o mesmo. Agora não tenho desculpa, não estou mais a partilhar o mesmo espaço. Uso-o para o meu proveito. Mas fazer o quê? Onde vou deixar a bicicleta? E olhe que só tive coragem de deixá-la presa na placa depois de conseguir emprestado um alarme para a bicicleta. Isso mesmo, ela fica lá amarrada com cabo de aço e alarme. E isso porque na entrada do prédio tem segurança, para a qual eu pedi que se ouvisse o alarme tocar, avisar-me. Se bem que, observando bem, ocupo um lugar que seria a continuação dos locais de estacionamento dos carros se ali não estivesse uma entrada para um beco. Se repararem um pouco na foto, existe o pilarete e logo depois o rebaixo na calçada para entrar carros. Então o espaço que a bicicleta ocupa não é o espaço onde normalmente os peões tem para passar. Mas enfim, deveria ter um lugar melhor para parar. Como diz o ditado, e não sei se diz certo, quem não tem cão caça com gato. Se vira. Nasceu quadrado?

Agora na volta tem a recompensa. É só a descer. Pelo menos até o Largo de São Domingos. Não pensem que dá para chegar ao rio, que aparece ao fundo na foto, com toda a facilidade. Primeiro que não tem nada muito recto neste caminho. Segundo vai ter que enfrentar o trânsito na baixa.

Aqui tudo bem, ao lado da praça do Rossio, ou melhor praça Dom Pedro IV ou seria Dom Pedro I. Bom depende de quem vê, se português ou brasileiro. Mas a estátua que está no centro da praça, segundo alguns, não tem nada de Dom Pedro, seria de algum outro monarca europeu que acabou por cair em desgraça e os portugueses levaram a estátua a preço simbólico. Sei lá se é facto, na verdade aqui estava só preocupado em desfrutar desta tarde e seguir o caminho para a rua do Ouro ou seria rua Aurea? Mais dúvidas.

E agora todo o movimento que não tivemos na rua da Prata, encontra-se na rua do Ouro. Se bem que uma das faixas foi transformada em faixa BUS e eu não deixo passar a oportunidade de dividi-las com os autocarros. Pode parecer loucura, mas prefiro andar junto aos autocarros de Lisboa do que junto aos demais carros, táxis inclusos.

Depois ainda tem que passar pela rua do Arsenal e a loucura que lá se instalou. Mas para quem está de bicicleta, mais uma fez faz-se melhor do que de qualquer outro meio de transporte, inclusive motas, ou motos ou sei lá. Muito mais rápido do que qualquer outro já estamos no ponto de partida. Cais do Sodré, só que desta vez nada de comboio. Agora é só voltar pela av. de Brasília e lutar contra o vento.

Se repararem bem vejam que a bandeira que aparece na foto está completamente esticada. Não pensem que ela é assim. Isto é obra do vento mesmo, que nesta altura é sempre contra, vai-se entender o que acontece. Mas todo o percurso da av. de Brasília é feito com vento no sentido contrário e olhe que em determinados momentos para passar de 18km/h tem que se fazer força. Nos breves momentos que o vento não é tão sentido, facilmente atinge-se 29km/h. E olhe que a minha bicicleta não é das mais indicadas para velocidade. Tem um pneu largo que não sei para que tanto e dupla suspensão, algo que serve bem para a av. de Brasília e o seu alcatrão perfeito para todo o terreno, mas que não ajuda nem um pouco na transferência da força do eixo pedaleiro para a roda.

Pelo caminho temos a recompensa. O espaço que fica em frente a Torre de Belém convida para um passeio tranquilo, sob as árvores e longe dos carros e camiões da avenida. Se bem que aqui o convidar é aconselhável, pois logo a frente a avenida se bifurca com a entrada do viaduto Sul para a passagem sobre os carris. Para quem está de bicicleta na av. de Brasília, na faixa da direita, fica preso pelas duas faixas que entram no viaduto num ponto em curva e com pouca visibilidade para os veículos que vem por trás. Então o melhor mesmo é ser convidado para andar no jardim em frente a Torre e fugir desta armadilha .

Logo depois da estação de comboios de Algés existe esta maravilha. Duas pistas sem nenhum veículo automotor. São mais de 700mts fechados ao trânsito e que as pessoas podem utilizar para o lazer. Na foto não consegui mostrar ninguém (grande fotógrafo), mas todos os dias muitas pessoas vem até aqui para andar de patins, trazer os filhos pequenos para andar de bicicleta na rua. Como na rua?! Isso mesmo, na rua, na avenida, trazem os filhos pequenos para andar de bicicleta, passear. Isso poderia acontecer em todas as ruas se não fosse um detalhe, insignificante, mas vou deixar para vocês adivinharem qual é.

Eu sei, vocês sabem?
 

Paris 2

@ (I) Mobilidade

Publicado em 25/02/2009 às 0:30

Temas: Bicicultura

Quando somos pequenos sempre nos imaginamos em outros lugares, outras cidades. No meu caso não foi diferente e uma das cidades que sempre quis conhecer era Paris. Como já escrevi antes, eu e minha esposa estivemos em Paris no começo deste ano. Mas os motivos pelos quais gostava de conhecer Paris, mudaram com os anos. Depois de mudar meu estilo de vida, deixar de ser carro dependente e virar um ciclo-activista quis conhecer Paris também por causa das Velib.

Por uma coincidência muito grande, alguns dias antes da viagem vi um pedaço de programa em algum canal pago exactamente sobre as Velib. Não vi tudo, mas pude saber como foi implantado o sistema. Quem já reparou nos painéis de publicidade que tem a marca JC Decaux? Então, o dono da empresa, em troca da exclusividade dos seus painéis na cidade de Paris foi quem doou e mantém todo o sistema das Velibs na cidade. São mais de 20.000 bicicletas espalhadas em mais de 1.000 pontos totalmente automatizados e simples de usar. Mas deixa eu contar como foi a experiência.
Como chegamos a Paris no dia 31 de dezembro a noite, aproveitamos que os transportes eram gratuitos e fomos para o apartamento onde estaríamos hospedados. Do aeroporto Charles de Gaulle, RER, depois o metro e desembarcamos a menos de 200mts do apartamento. Ainda não eram 10 horas então deixamos nossa bagagem no apartamento e voltamos para o metro, agora para ir até a Torre Eiffel. Chegamos pouco antes da meia-noite e deu tempo para as fotos, uma delas é aquela que foi colocada aqui no dia 1 de janeiro. Na volta para o apartamento, antes de entrarmos passamos por um dos pontos da Velib ali perto para descobrir como usar o sistema. Nem preciso dizer que num raio de 200 mts do apartamento encontravam-se 3 pontos de Velib.
Bom, todas as intruções estão disponíveis no próprio ponto. Existem três modalidades para o uso das Velib com dois tipos de cartões diferentes. Um dos cartões é impresso com um número de cadastro e o dono deve criar uma senha para a sua utilização, o segundo tipo tem uma espécie de chip que permite a retirada da bicicleta directamente do ponto de ancoragem. Com o cartão de código numérico é necessário utilizar o painel de comando do ponto, pois é através dele que se escolhe a bicicleta, pelo número do posto de ancoragem, que será utilizada. As modalidades disponíveis para o uso das Velib, que são três, vão do uso por um dia ao custo de 1€, uma semana por 5€ ou anual com custo de 29€. Além destes valores só paga quando utilizar a bicicleta por períodos maiores que 30min. Assim todo o uso com menos de 30min é gratuito, até uma hora custa 1€ e a cada 30min adicionais a tarifa aumenta 2€ para os primeiros 30min após a primeira hora e 4€ para cada 30min adicionais depois de 1h30min, quer dizer se for para usar a bicicleta muito tempo o melhor é trocar sempre senão vai ficar muito caro. O motivo é exactamente forçar a troca de bicicletas, assim aumenta a rotatividade e mais pessoas podem usar o sistema.
Depois de aprender como funcionava e como ficaríamos em Paris por 1o dias deixamos para nos cadastrarmos no sábado. E foi o que fizemos, no sábado, cedo, paramos em um dos pontos perto do apartamento e nos cadastramos no sistema. Escolhemos o uso por uma semana e o cartão com o código numérico. Para o cadastro é preciso um cartão de crédito, ou no nosso caso o cartão do banco mesmo, pois é necessário uma caução de 150€ . Fizemos o cadastro e recebemos no mesmo painel de controlo do ponto o cartão com o código numérico. De imediato retiramos ali uma bicicleta para cada um e nos colocamos a andar.

Bom sabíamos como retirar a bicicleta, mas não tínhamos ideia de como devolver. Então controlei o tempo para não ultrapassar os 30min e quando estava com mais ou menos 20min procuramos um ponto para ancorar as bicicletas. Ancorar é muito simples, é só encontrar um posto vazio e encaixar a trava e esperar a luz verde. Simples, mas na hora ainda não tínhamos noção se bastava só isso, por sorte no mesmo ponto três pessoas estavam a retirar Velibs também e confirmaram para nós que bastava colocar a bicicleta e esperar a luz verde. Bom aprendida a lição vamos pegar outra Velib. Aí descobrimos que não podemos pegar uma bicicleta no mesmo ponto que acabamos de deixa-la. Nada grave, nem 200mts do ponto encontramos outro e levantamos a Velib lá. E assim foi, por uma semana agora tínhamos o direito de andar de bicicleta o quanto quizessemos sem pagar nada mais, bastava não passar de 30min com cada uma delas. E foi o que fizemos, andamos com frio, neve e gelo. De dia ou de noite e por quase todas as partes dentro dos Boulevard Períphérique. Depois eu conto mais...

 

1000 km de bicicleta

Francisco Alem-Tejo @ O meu mundo

Publicado em 3/02/2009 às 18:44

Temas:

A marca foi ultrapassada ontem. Desde Julho do ano passado, eu e a minha burra ("A Poderosa"), com os seus alforges, a bicicletar pelas ruas de Lisboa. A subir e descer a Tapada da Ajuda, a gozar a vista do rio, a sofrer os abanões da calçada lisboeta, a olhar pelo canto do olho a ver se vem o eléctrico, a passar pela rua do Benformoso (outro mundo!) e pelo largo do Intendente, onde as meninas sorriem mas já não se metem comigo. Tudo correu bem até agora. Gostava que houvesse mais ciclistas na cidade, gostava de não andar sempre sozinho.
 

Paris 1

@ (I) Mobilidade

Publicado em 23/01/2009 às 22:14

Temas: Bicicultura

Como escrevi no "post" anterior, estivemos em Paris neste começo de ano. Digo estivemos pois fui com a minha esposa. Não conhecia Paris e digo para quem não conhece que a cidade é muito bonita. Tem pessoas que gostam de usar muitos adjectivos mas este não é o meu caso, então vai só o bonita mesmo. A arquitectura de seus prédios é peculiar, são em sua maioria baixos. Os parques, ruas, avenidas e principalmente os "boulevard" são convites para o passeio. E convite para passear a pé ou de bicicleta. Por todos os lugares que andamos, e olha que andamos bastante por lá, sempre encontrávamos pessoas a andar. Os passeios (calçadas), em boa parte pelo menos, são asfaltados (alcatroados), então para andar, seja a pé, em patins, skate ou bicicleta é como se estivéssemos na melhor das estradas. Não encontramos carros sobre os passeios (praga que infesta a região de Lisboa) o que é uma grande ajuda no caso de algumas ruas com passeios estreitos. Existe uma estrutura viária que contempla os peões e as bicicletas e podemos andar em todas as ruas e avenidas com as bicicletas, pelo menos nas zonas que andamos que era dentro dos "boulevard périphérique" . Não existe, como aqui em Lisboa, "auto-estradas" dentro da cidade. Um aparte, para quem não sabe, nas auto-estradas portuguesas a bicicleta é proibida de andar (pelo Código de Estrada Português) diferente do que ocorre por exemplo no Brasil, onde as bicicletas são proibidas pelas concessionárias do serviço na auto-estrada e não pelo Código de Trânsito Brasileiro, vejam alguns relatos aqui...
E mais, em Paris, na partilha do espaço, a bicicleta normalmente compartilha o espaço dos autocarros (ônibus) na via exclusiva destes, algo que é impensável no Brasil e perfeitamente viável cá por Lisboa. Viável mas não aplicado, infelizmente pela total falta de interesse e conhecimento de quem faz as leis. Espero que logo seja revisto este artigo no Código, para já em muitas situações simplesmente ignoramos e seguimos pela faixa Bus que é por vezes muito mais seguro que as outras faixas da estrada (rua ou avenida).
Mas vamos voltar a Paris. Achei! (em mais de 850 fotos tiradas nos 10 dias que fiquei lá não tinha uma só da faixa Bus compartilhada com as bicicletas) A foto que segue é parte de uma outra foto, a qual recortei e consegue-se ver a faixa Bus e os símbolos das bicicletas (ciclofaixas) principalmente na via esquerda. Se repararem na via da direita, existem dois ciclistas (ou duas) que estão a andar na faixa BUS.

E era assim em quase todos os lugares. As bicicletas também, por vezes, compartilhavam o espaço do passeio (calçada) com os peões (pedestres), mas isso eu mostro em outro "post".


 

Por dias melhores

@ (I) Mobilidade

Publicado em 17/01/2009 às 21:35

Temas: Bicicultura

Como vocês podem ver pela foto que deixei no último “post”, estive 10 dias em Paris com direito a neve e tudo mais e o melhor, conhecer a cidade sobre bicicleta. Mas isso vou contar depois, com calma, agora estou de volta ao trabalho.

Ensaio este “post” desde que cheguei e ainda não sei se está como queria. Mas preciso escrever sobre os acontecimentos recentes. Como que algo tão longe e com alguém que nunca conheci, pôde me afetar assim. Para quem não sabe sobre o que escrevo, vou contar. Em 14 de janeiro por volta das 18:00 horas (no Brasil 16:00h), recebi uma mensagem, pelo google talk, do meu primo (jornalista) que mora e trabalha em São Paulo. Ele dizia que uma ciclista havia morrido na Av. Paulista naquela tarde e se eu sabia de algo. Não sabia e pedi o link para a notícia, o que ele prontamente repassou. Lida a notícia veio a indignação, procurei nos “blogs” brasileiros e nada de comentários. A ciclista em questão era ativista no movimento paulista da bicicletada (a massa crítica de lá) e utilizava a bicicleta em todos os seus deslocamentos diários. Isso mesmo, pedalava no trânsito da cidade de São Paulo, diariamente, como muitos que lá vivem. Foi morta por um ônibus (autocarro) que não respeitou o código de Trânsito Brasileiro que obriga os veículos a passarem a pelo menos 1,5mts de distância lateral de uma bicicleta quando a ultrapassam. Segundo uma testemunha, o ônibus tocou na bicicleta o que derrubou a ciclista sob o coletivo. Já no dia 15 muitos “blogs” escreviam sobre a Marcia e vou colocar aqui para quem queira saber mais (ou melhor) sobre o acontecido o “post” do Apocalipse Motorizado que está com os vários “links” para a maioria das notícias e postagens a respeito deste fatídico acontecimento http://apocalipsemotorizado.net/2009/01/15/marcia/

Por enquanto, sem mais nada a dizer...

 

Dezembro

@ (I) Mobilidade

Publicado em 14/01/2009 às 14:48

Temas: Bicicultura

Já disse, ou se não disse pensei, que completei um ano em terras lusitanas no passado Setembro. Mais propriamente no dia 24 de Setembro e também já disse ou se não disse, vocês sabem … pensei, que desde fins de Maio que estava sozinho por cá. Mas eis que no dia 28 de Outubro minha esposa chegou a Lisboa, depois de mais de 24 horas de viagem, uma escala em Munique, desembarque no Porto e mais uma viagem de autocarro (ônibus) do Porto até Lisboa. Não vou contar aqui sobre o reencontro, isso fica entre nós dois, mas vou dizer que fiz uma surpresa para ela. Comprei um veículo “zero” para presenteá-la quando chegasse. Lógico que existiam intenções ocultas no presente, mas são sempre boas intenções. Não vou fazer o suspense que fiz no “Comprar um veículo” e já vou adiantar o que comprei. Está na foto abaixo, a belezinha prata e preta, com 24 velocidades, e 13kg de peso.





Agora vem o grande desafio, transformar a minha esposa, que já foi atleta campeã nacional, em uma ciclista sem medo de subidas e do trânsito. Não quero dizer com isso que ela não saiba andar de bicicleta, muito pelo contrário, ela sabe e bem. Mas não tem o costume, ou pelo menos não começou. E as subidas e o trânsito, não necessariamente nesta ordem, são os maiores empecilhos para quem começa a usar a bicicleta para os seus deslocamentos diários. Mas aos poucos estamos a desbravar caminhos (que eu já conhecia) e explorar novas rotas como por exemplo, a travessia de barco até o Porto Brandão. No verão eu fiz algumas vezes a travessia até Trafaria e de lá ia para as praias da Costa da Caparica, mas nunca havia parado em Porto Brandão. Até porque não tem muita coisa lá, só uma estrada que liga o porto até o alto do morro. Entenderam bem? Alto do morro…, já volto a isso.



Com minha esposa aqui e agora que ela tem o seu veículo, não carregamos mais o passe mensal, desta forma um dos seus compromissos nos estudos (com um dos orientadores do doutorado) ficou um pouco mais dispendioso. Deixa explicar qual o compromisso. Uma vez por semana ela vai até o Instituto Piaget que fica em Almada (do outro lado do Tejo para quem não sabe), mais especificamente ao lado da estação de comboios (trens) de Pragal. Antes quando comprávamos o passe mensal (que é uma óptima forma de estímulo ao transporte público) minha esposa saia de casa de comboio até o Cais de Sodré. De lá, pelo metro ela chegava na estação Sete Rios e apanhava um outro comboio através da ponte 25 de Abril até Pragal. Na volta fazia o caminho inverso. O único custo adicional era o comboio até Pragal pois em nosso passe mensal não compensava o acréscimo da linha de comboios da Fertagus (Lisboa/Pragal) para o uso que fazíamos (digo isso pois as vezes ia também até lá).




Este é o caminho com o comboio até Cais do Sodré, metro até Sete Rios e comboio até Pragal (clique na imagem para aumentar)

Agora o mesmo destino, só que por um caminho muito mais racional (clique na imagem para aumentar)

Já que não mais compramos o passe mensal o custo deste deslocamento aumentou muito, só por curiosidade (de vocês) o bilhete de comboio de Cruz Quebrada até Cais de Sodré fica em 1,30€, o metro mais 0,75€ e o comboio até Pragal mais 1,65€. Gasto total de 3,70€ para cada sentido. Mas temos os nossos veículos então podemos percorrer um outro caminho, muito mais lógico (se olhar no mapa) e mais rápido também. Saímos de casa e andamos 5km até o porto de Belém, atravessamos de barco até Porto Brandão e depois mais uns 7km até o Instituto Piaget. Custo 0,85€ da travessia de barco em cada sentido, um passeio pelo Tejo e uma vista linda do alto do morro (não tem preço… não resisti). É isso mesmo, alto. Para mim foi tranquilo, depois destes meses com a bicicleta as subidas não são mais o desespero do caminho. Lembro quando andava no Brasil só aos finais de semana, de uma subida que tínhamos quase sempre que enfrentar e que era algo que pensávamos como difícil. Hoje se pedalasse por lá acharia muito tranquilo de subir.


Mas vamos voltar ao alto. Minha esposa, que de bicicleta até então tinha feito o caminho de casa até o meu trabalho duas vezes (praticamente plano) e mais uns dois passeios pela beira do Tejo e que no total pouco passava de 40km, aceitou ir para o Piaget. Eu que não conhecia o caminho, busquei pelo Google Earth e planeei (planejei) para não errar nenhuma entrada e aproveitei para ter ideia da subida (mais de 100mts no ponto máximo). Falei para ela que não teria muito problema, já que pelo que via a subida estava distribuída por pelo menos uns 3km. Mas o que eu não imaginei era que o Google pudesse errar tanto. Primeiro porque o que imaginei que seriam 3km não passou muito de 2km e depois porque a subida começava já próximo de 1km. Em síntese, para quem conhece, tem certos pontos da subida que deve chegar a 10% de inclinação. Nós dois numa estrada estreita (que para minha esposa já é um terror) e a pedalar ladeira acima foi algo cómico de assistir. E eu nem podia rir, já que se risse provavelmente não dormiria em minha cama aquela noite (e olha que fazia pouco que ela havia chegado). Sei que logo no começo ela desceu da bicicleta e empurrou toda a subida sem conversar comigo e eu como já a conheço bem nem falei, quietinho até o alto. Do ponto mais alto foi só descer até o Piaget e eu sempre a lembrava que na volta seria quase tudo descida, elogiava a disposição dela na subida e tudo mais. Só que depois na semana seguinte ela foi de comboio, mas o tempo já estava ruim e eu não fui com ela.


Há, esqueci de mencionar que antes ela já havia empurrado, quer dizer, subido o morro atrás de casa até Linda-a-Velha para irmos ao mercado, mas isso é uma outra história que conto depois. Para terminar esta, mostro aqui os conta-quilómetros com as nossas andanças do mês de Novembro. Eu andei pouco, já que estou a sair de uma gripe e o tempo chuvoso e frio destes últimos dias de Novembro iriam fazer muito bem para a gripe e muito mal para mim, então somei só mais 343km. Já minha esposa andou 121km. Vamos pedalar mais agora em Dezembro e contarei aqui. Até…






 

MCD - Eu fui!

@ (I) Mobilidade

Publicado em 29/12/2008 às 17:20

Temas: Bicicultura

Ok seu policia, qual foi o problema? A cena foi um tanto surreal, o policia com meio corpo para fora da viatura a perguntar para onde que iríamos. Já sei! Ele estava preocupado com a nossa segurança no trânsito. Não? Ele falou que recebeu um chamado porque haviam bicicletas na via pública e foi verificar? Será que foi o deputado Victor Gonçalves quem ligou, aquele que disse que nunca viu ciclistas em Lisboa (Bicicletas Partilhadas de Lisboa Chumbadas) . Espera aí, a história não começa assim, vamos ao princípio...


Última sexta-feira do mês, dia de Massa Crítica e como escrevi antes, desta vez eu fui participar e mais, levei mais um participante. Ou melhor uma participante, minha esposa que voltou do Brasil no final de Outubro e que ganhou de presente quando chegou uma bicicleta (lógico que com segundas intenções). Depois de trabalhar dia 24 e dia 25 eu não trabalharia dia 26. O dia parecia mais um feriado com boa parte do comércio fechada e eu não acreditei que a Loja do Cidadão estivesse aberta. Como haviam telefonado para eu levantar o passaporte no dia 26 e vou viajar dia 31 aproveitei que ia até Lisboa participar da Massa Crítica, que parte sempre da praça Marquês de Pombal, para passar na Loja do Cidadão. Eu e minha esposa saímos de casa por volta das 15:30h, já que de casa até a Loja do Cidadão são, aproximadamente, 13km. Como alguém que ia comigo ainda tem um certo receio de usar a estrada (ruas e avenidas), andamos algumas vezes sobre o passeio (calçada) o que torna o deslocamento muito mais lento e calculei que demoraríamos por volta de uma hora para chegar lá. Acabamos por demorar mais, pois depois do Cais de Sodré, ela não quis andar na av. da Ribeira das Naus e muito menos na rua do Arsenal, então lá fomos nós sobre o passeio, que é estreito e mal cabe duas pessoas lado a lado, a levar as bicicletas a mão. Subimos a Rua Augusta até o Rossio, passamos pelo teatro Nacional, atravessamos a rua na passadeira (faixa de pedestre) e chegamos na Loja do Cidadão em frente a praça dos Restauradores. Quero saber que outro veículo permite que quem esteja a usa-lo possa passar a peão (pedestre) e leva-lo a mão? Vai fazer isso com um carro ou pior, com um “SUV”, quero só ver.

Bom cheguei, entrei e saí da Loja do Cidadão com o meu passaporte. Viva! Estava pronto como disseram. Parabéns aos serviços públicos que normalmente não recebem nenhum tipo de elogio.




Como podem ver pela foto acima, a av. da Liberdade já estava um caos de carros. E lá fomos nós sobre o passeio e com as bicicletas a mão. Terminamos a subida, atravessamos a rua Joaquim António de Aguiar e chegamos no início do Parque Eduardo VII, onde é a concentração das pessoas que irão participar. Logo à chegada uma cena chama a minha atenção. Um “jeep” que está parado com duas rodas sobre o passeio desce duas bicicletas e uma grande câmera de vídeo. Logo vi que era a reportagem de algum programa de TV. Bom chegamos, paramos as bicicletas e logo depois chegou a repórter e o cinegrafista para fazerem uma reportagem sobre a Massa Crítica (SIC). É, estava lá a imprensa outra vez. (na foto abaixo a repórter e o cinegrafista bem no centro da imagem)





Foge da câmera daqui, foge da câmera de lá e não é que somos entrevistados. Não teve jeito, minha esposa que não é tão rápida em fugir de repórteres como eu (ela bem que gosta de um reflector) foi chamada para ser entrevistada. Eu como estava ao lado e era o “culpado” por ela estar lá não escapei de responder algumas perguntas. Vamos esperar para ver quando vai ao ar e assistir para saber se não manipularam o que falei. Depois, se achar o vídeo, coloco-o aqui.

Descobri que a repórter e o cinegrafista iriam acompanhar-nos por um bom tempo, inclusive que o cinegrafista era um doido, pois com uma câmera que deve pesar algo em torno de 7 a 8 quilos nos ombros, uma só mão no guiador e uma relação de marchas nada amigável, lá foi ele para cima e para baixo entre os participantes a fazer várias tomadas de cena e a gravar mais entrevistas sobre as bicicletas (sobre mesmo, enquanto pedalava a repórter entrevistava). Começamos o percurso com a tradicional volta ao Marquês, neste ponto contei 34 ciclistas, incluindo uma miúda que participou até ao fim junto da mãe (foto abaixo) e esqueci de contar a mim mesmo. Viu porque levei a esposa a participar também. Para quem tem receio de andar no trânsito ou para quem ainda é muito pequeno, nada melhor que começar em grupos. Inclusive se repararem na foto da miúda e não ligarem para o ligeiro defeito no foco, poderão ver o sorriso de satisfação no rosto dela.




Mas vamos ao trajecto, descemos pela av. da Liberdade, rua Áurea , viramos a esquerda na rua de São Julião(?), subimos pela rua da Prata até a praça da Figueira. Fizemos uma parada, algumas fotos e decidiram onde andaríamos. Até um pouco antes a repórter e o cinegrafista nos acompanharam, quando paramos na praça da Figueira já não os via mais. Decidido o caminho seguimos até a praça Martim Moniz, e aí eu vi um pai e a filha que acredito tenham juntado-se ao grupo ele a correr e a filha na bicicleta. Tomamos a rua da Palma, av. Almirante Reis, passamos pela Alameda e seguimos até a praça Francisco Sá Carneiro no Areeiro e aí que aconteceu o que escrevi antes. Estávamos em plena rotunda do Areeiro quando ouço a sirene da viatura. Pensei comigo, será que alguém avançou o sinal? Como eu estava bem ao meio do grupo e a mudar de faixa vi que não. Preparávamos para dar umas voltas na praça quando a viatura aproximou-se de um dos ciclistas do grupo e fez a pergunta “Qual o destino de vocês?”. Bom ele estava preocupado com a nossa segurança, que óptimo um policia tão prestativo. Não! Foi porque chamaram, pois haviam muitas bicicletas na via. Só pode ser alguém que não conhece o código de Estrada Português. Está lá, a bicicleta é um veículo e como tal deve andar na estrada. Paramos todos com o policia a dizer que estava ali porque fora chamado e para verificar se todos tinham os equipamentos de segurança. Quem bom, o policia realmente estava preocupado connosco. “Todos tem luzes?” Sim luzes e reflectores, até mesmo as miúdas com as suas bicicletas mais pequenas estavam equipadas. “E o colete, onde está o colete?” Colete? Mais para quê? Que eu saiba o colete é obrigatório para quem tem o seu veículo imobilizado na via e não era o nosso caso. Bom estávamos imobilizados, mas pelo seu policia e não por pane mecânica ou acidente. Depois que a malta (grupo, rapaziada) toda disse para o seu policia que colete não era obrigatório eles se deram por satisfeitos e foram embora, não sem antes avançar o sinal fechado.

Bom demos as nossas voltas na rotunda e paramos em um local calçado na rotunda. Neste espaço que paramos, onde não caberiam dois carros, estacionamos 25 bicicletas e um triciclo e estávamos em 27 pessoas.

Ficam ai as fotos como testemunho.









Mais uma coisa, foi muito bom ter participado, valeu a pena, quem não foi perdeu e quem foi volte para a próxima, que por sinal será na última sexta-feira de Janeiro com encontro marcada na praça Marquês de Pombal às 18:00h. Até lá…

Quem sabe na próxima eu vá assim como no vídeo abaixo. Será que o seu policia vai perguntar do colete?




SMIDSY from Quickrelease.tv on Vimeo.
 

A minha bicicleta nova

Francisco Alem-Tejo @ O meu mundo

Publicado em 19/10/2008 às 18:54

Temas:

Desde Junho percorro as ruas de Lisboa com ela. Através da Bé descobri este poema de Alexandre O'Neill, um grande elogio à bicicleta e uma mordaz crítica ao automóvel. Para ler e reler, ora leiam:



ELOGIO BARROCO DA BICICLETA



Redescubro, contigo, o pedalar eufórico
pelo caminho que a seu tempo se desdobra,
reolhando os beirais - eu que era um teórico do ar livre - e revendo o passarame à obra.

Avivento, contigo, o coração, já lânguido
das quatro soníferas redondas almofadas
sobre as quais me entangui e bocejei, num trânsito
de corpos em corrida, mas de almas paradas.

Ó ágil e frágil bicicleta andarilha,
Ó tubular engonço, ó vaca e andorinha,
Ó menina travessa da escola fugida,
Ó possuída brincadeira, ó querida filha,


dá-me as asas - trrrim! trrrim! - pra que eu possa traçar
no quotidiano asfalto um oito exemplar !
 
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