Continua igual a todos os outros, ou seja, com muitos carros. O facto é o seguinte, enquanto não acontecer um evento "catastrófico", como por exemplo a necessidade em escolher se atestamos o depósito ou compramos comida para casa, o modelo de mobilidade não vai ser alterado. Penso até ser temerário pensar na escolha das pessoas.
Como escrevi ontem saí cedo para ver como estava o tráfego e encontrei a mesma cena de todos os dias. Filas e mais filas de carros a entrar em Lisboa (quando não é tempo de férias, nestes dias as filas são para sair de Lisboa).
Enquanto isto, em nossa comunicação social, temos algumas notas sobre iniciativas isoladas que dizem menos ainda do que a nota de Grândola. Do Público temos que a
Câmara da Moita foi distinguida com o prémio nacional Mobilidade em Bicicleta. Importantíssimo, já que o prémio em questão foi atribuído pela FPCUB... Vejam só, tudo porque procuraram criar na frente ribeirinha do município zonas cicláveis. E já conseguiram 16km. Quantos quilómetros de estradas tem o município da Moita? Não seriam estes cicláveis também?
Vamos para as próximas. No JN encontramos três notas que dizem respeito a mobilidade. De
Torres Vedras temos redução da velocidade rodoviária máxima, para 30km/h, junto às escolas da cidade. Pergunto eu, isto já não era a norma? E como foi realizada esta redução, só com a colocação de sinalização? Sim, porque sinalização temos que baste, mas fazer com que sejam cumpridas as normas estabelecidas por elas, aí já é outro quinhão. E o circuito para bicicletas, anunciado como ciclovia embora não seja. Ora coincide com a circulação automóvel, isto é, está na estrada, ora coincide com a circulação dos peões, isto é, está no passeio. Decidam-se, andamos na estrada como os demais veículos ou vamos para o passeio como os peões? Infelizmente este tipo de segregação dos modos de transporte ocorre em todo lugar.
Interessante foi o vídeo com os funcionários da
Câmara de Lisboa. Um diz que não faz uso da bicicleta porque tem que levar o filho à escola. Será a escola do filho assim tão longe? Ou ele não conhece meios de levá-lo na bicicleta? Bom pelo menos hoje ele pedalou até o serviço. Bom mesmo foi escutar a última senhora que falou. Esta conseguiu transmitir o que as pessoas que utilizam a bicicleta já conhecem, as vantagens deste meio de transporte. Rápido e fácil de estacionar.
A nota do JN veio do
Porto. Não é sobre a Semana da Mobilidade, nem do Dia sem Carro, mas vale. Embora o viés de reclamação, por parte dos taxistas, o condicionamento de ruas em prol das pessoas é sempre louvável. Deveria ocorrer em todas as zonas históricas. Quem vive nas cidades são as pessoas não os carros.
Por fim a nota que eu não gostaria de ler. Do jornal CM veio as filas na entrada de
Lisboa e do Porto e a triste constatação que a Semana Europeia da Mobilidade, pelo menos por estes lados, caiu no esquecimento.
Enquanto isto, voltamos ao normal, isto é, temos outras 51 semanas no ano ...