Meio de transporte e de diversão...

@ MA FYN BACH

Publicado em 13/03/2014 às 11:34

Temas: bicicleta bike lifestyle btt

Depois do meu percurso diário para o trabalho de 25kms (ida e volta) com direito a buscar o Gugas e a Nanny, nada como fazer uns singletracks e "passear" pelos tracks de downhill que há a 300 metros de casa!

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Tudo verdinho por causa da chuva dos últimos meses

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Esta descida o Gugas fez desmontado! 
É grandita e nem trouxemos os capacetes!

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O ponto alto da volta foi ficar a ver o sol a pôr-se ao fundo 
com as filas de trânsito na marginal em primeiro plano!

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Ali ao fundo...a marginal abarrotada.

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Os poucos raios de sol visíveis iluminavam a lua.

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Subimos pelo lado do depósito de água, 
o início das pistas de downhill!

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Muitas rampas, curvas com alto relevé (banked curves)
e saltos de loucos, como este.

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O gugas fê-lo mas a correr.

Meia horita depois estávamos de volta para o banho e o resto dos afazeres...mas com outros níveis de serotonina no corpo!

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Rescaldo da Alley Cat Cabeça de Medronho

rui henrique @ bicicleta voadora

Publicado em 4/02/2014 às 13:55

Temas: alley cat faia brava

No passado dia 25 de janeiro, nos jardins de Campolide, para além de uma tarde bem passada, conseguimos angariar mais ou menos 120 medronheiros que seguem directamente para o vale do rio Coa. 
Zona há muito desertificada e que aos poucos a natureza volta a ocupar o seu espaço natural. A Associação Transumância e Natureza está a dar a sua ajuda na Reserva da Faia Brava e desta vez contou com a nossa pequena, mas importante ajuda.

Quanto aos resultados da Alley Cat, foram os seguintes:
 
1º_ Laura Reis _ 4 min 06 seg
2º_ Miguel Reis _ 4 min 07 seg
3º_ Francisco Martins _ 22 min
4º_ Manuel Lino _ 23 min
5º_ Rui Costa _ 26 min
6º_ José Josué _ 27 min
7º_ Maarten _ 34 min
8º_ David Carvalho _ 35 min
8º_ Pedro Fernandes _35 min
10º_ João Rodrigues _ não terminou
11º_ Rogério Machado _ não terminou


Os prémios gentilmente oferecidos pela Associação Transumância e Natureza, foram sorteados quer pelos participantes na corrida, quer por quem apareceu no piquenique de apoio a esta iniciativa do Rolha Cycling Club.

Os dois Voucher para visitar a Faia Brava foram entregues ao Rogério Machado e ao José Josué.
Agora é pedalar até lá.

Agradeço também ao Artur do blog Diário de Lisboa pelas belas fotos que aqui publico.
Mais fotos aqui


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Durante o piquenique.

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Briefing da prova entre as hortas urbanas no jardim de campolide.

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Saída para a alley cat.

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A grande vencedora.

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 Momento do sorteio.

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Enquanto uns se divertiam, outros também se divirtiam nas hortas.

 

Bicicletas passam vermelhos a alta velocidade - A PROVA

Pedro M. Fonseca @ Pedalar na Cidade

Publicado em 23/01/2014 às 23:26

Temas: Alcântara Lisboa passadeiras

Esta semana decidi parar por breves minutos numa passadeira de Alcântara e filmar o que acontece quando cai o sinal vermelho para quem circula na estrada. Rapidamente obtive as imagens que provam a perigosidade das bicicletas a passar vermelhos, um grave problema da segurança para peões. Finalmente, a prova que faltava da rebaldaria que por aí vai.

Confiram o primeiro vídeo:



Viram as bicicletas? Eu também não, pelo que repeti de imediato a gravação, porque algo de anormal terá acontecido:




E agora, viram-nas?? Mas que raio, onde é que elas se escondem?

Esperem, já percebi! Elas estão tapadas pelos automóveis e motas que, vendo um ciclista a preparar-se para passar um vermelho a alta velocidade, aceleram e colocam-se ao seu lado de forma a proteger potenciais crianças e outros peões indefesos do perigo do embate, assim lhes batendo primeiro. Toda a gente sabe que um automóvel com aquela chapa toda é um amortecedor natural de embates contra pessoas.

Estes automobilistas estão a oferecer a chapa ao manifesto no mais puro desprendimento, em benefício do peão.  E ainda por cima, sem que se perceba, porque ao olho desatento parece que são eles quem estão a cometer uma infracção/crime/estupidez (escolham um).

E os ciclistas, lá continuam, impunes. É bárbaro, o nosso país.

 

Porque gosto tanto de utilizar uma cargo-bike no meu commute?

@ MA FYN BACH

Publicado em 23/01/2014 às 16:35

Temas: bicicleta de carga commuting

Não é segredo nenhum de que ando de bicicleta para todo o lado desde 2008.

Assim como não é segredo de que adoro cargo-bikes e que me apaixonei pelo conceito da xtracycle e que decidi transformar a minha bicla numa longtail

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A bicla assim permite-me circular de bicicleta para todo o lado: desde as pequenas voltas, compras, assim como viagens e até o commute diário

Já cheguei a referir que permite andar de bicicleta com o mind-set de quem tem carro! (nem era o meu caso). Mas é mais fácil e por vezes só mesmo assim é possível dar boleia a alguém, levar os 2 miúdos à escola, carregar certas coisas, sem arriscar muito. 

Ainda anteontem o meu dia-a-dia seria muito difícil sem uma longtail:

Vim do trabalho e na bicicleta carregava o habitual: câmara de ar e kit ferramentas básico, cadeado, impermeáveis, muda de roupa e a marmita (já vazia). Cheguei à escola para buscar o Gustavo e reparei que tinha trazido a bola de basquete! Ele subiu para a bicicleta com a mochila às costas (ele pesa 30Kg, a mochila já deve pesar uns 5 ou mais), pôs a bola nos alforges e lá fomos. Subimos 1 km até à escola da Mariana. Subiu tb para a bicicleta mais a sua mochila e a barbie bailarina. Pedalámos outro kilómetro até chegar à banca da PROVE onde comprámos aos nossos amigos agricultores um cabaz de 6Kg mais uns brindes que nos ofereceram. E com isto o Gugas foi a pé e nós na bicla nos últimos 500 metros até casa.

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A bicla carregada e parada apenas num descanso lateral normal.


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O cabaz da PROVE, mochila, bola basket, impermeável, patati, patata...

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...e dois miúdos, outra mochila, a marmita!!!


Conseguia fazer isto com outra bicla? 

Conseguiria...mas não era DEFINITIVAMENTE a mesma coisa!




 

(Demonstrar a falácia do IUC para bicicletas) É desprestigiante, disse ele.

Pedro M. Fonseca @ Pedalar na Cidade

Publicado em 17/01/2014 às 10:31

Temas: comentários em fóruns Código da Estrada Imposto Único de Circulação IUC

Os comentários nas redes sociais nunca cessam de nos surpreender. No caso da promoção da utilização da bicicleta como meio de transporte e da melhoria das condições subjacentes, ocorre normalmente uma inflamação de opiniões superior à das notícias sobre aumentos de impostos. A desinformação e o achincalhamento são aqui normais.

É compreensível. Mandar um petardo a fingir de argumento é fácil, rápido e tem um potencial de estrago razoável, especialmente se repetido e disseminado. Lança a confusão, a dúvida e para rebater é sempre preciso tempo e esforço para desmontar o que em bom português não passa de Lógica da Batata, que tanta escola faz neste canto ibérico.

Mas descubro que é ainda mais grave o problema e que, afinal, não basta responder à desinformação como tentei no post anterior. Não, demonstrado o ridículo da acusação do não pagamento de Imposto Único de Circulação por parte das bicicletas, perdão, velocípedes, vem o Rui Gomes na caixa de comentários queixar-se que afinal este é um não-assunto:

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"Rui Gomes5 de Janeiro de 2014 às 13:35
Curioso mas nunca vi ninguém em fóruns de rsocial, pelo menos que merecesse algum credito, a tecer qualquer comentário, depreciativo pelo fato das bicicletas estarem isentas ao IUC. portanto é um tema que não é tema... e pelos vistos também só serve para alimentar e até em desprestigio levantar essa questão no sense a quem nunca tinha ouvido comentar."

Portanto, está aqui o Rui Gomes a dizer que eu perdi o meu tempo e prestígio a ilustrar o ridículo do IUC para bicicletas, perdão, velocípedes, pois nunca ninguém tinha tecido qualquer comentário nesse sentido nas redes sociais.

Desconheço os fóruns de redes sociais frequentadas pelo Rui Gomes, se se trata do Clube Golf Portugal, do Canaricultura Tuga ou o Café Central, no Penteado:


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Matraquilhos! Quem não gosta de matraquilhos? 
E fica no Penteado, pelo que _______________ - espaço para o vossa piada preferida, deixo à liberdade de cada um


Mas naquilo que entendo por "fóruns de redes sociais", deixo-vos alguns exemplos:


No Facebook, num post da Polícia de Segurança Pública

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Nos comentários a uma notícia do Jornal de Notícias

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Comentários a um artigo do jornal Público

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Este comentário abaixo, na mesma notícia do Público, é um dos mais preciosos que já li. Veja-se o esforço que o seu autor faz para justificar que as bicicletas têm impacto ambiental elevado: Circulando mais devagar fazem com que os automóveis tenham que travar e portanto estes últimos perdem velocidade, tendo que voltar a acelerar para recuperar essa velocidade. Com isso produzem mais CO2, por culpa das bicicletas. É de génio!

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"Por fim, e pegando nesta citação: "O IUC serve para mitigar os custos dos impactos ambientais e sociais que o tráfego rodoviário acarreta e não apenas para a construção e manutenção das infraestruturas viárias(...)". Quero insistir no exemplo das bicicletas a circular na Marginal, onde os carros circulam a 70Km/h (ou mais, já fora da legalidade) e do embaraço ao trânsito que os vários ciclistas que a povoam (quase todos em âmbito desportivo, e quase nunca na óptica da mobilidade) tendem a causar. Há um grande impacto social nos automobilistas e nas situações perigosas que originam, e há um maior impacto ambiental devido à quantidade de carros que têm que travar e voltar a acelerar depois de os ultrapassar."


Seguindo esta lógica, deveríamos estar todos a lutar pela abolição das passadeiras. O pára/arranca do automóvel por causa dos atravessamentos de peões provoca aumento da poluição. Estes deviam atravessar apenas quando não tal não obrigasse um automóvel a travar. 

Aliás, há uma grande desfaçatez em quem quer andar a pé, com a mania que é mais "verde", pois reivindicam o espaço público com passeios e praças que podiam muito bem ser reservadas ao estacionamento automóvel, facilitando-o. Já viram quanta poluição é causada por automobilistas a andar às voltas à procura de estacionamento, por o espaço ter sido reservado para peões (que mais não fazem do que passear, veja-se)? Eu pensava que o excesso de poluição na Avenida da Liberdade que levou à instauração de um processo europeu era causado pelo excesso de tráfego, mas agora percebo que é pelo excesso de passadeiras. Fico muito grato por terem trazido luz e razão a um problema desta dimensão.


E chega, que já me dói o cérebro.


Mas atenção que o comentador Rui Gomes previu que eu pudesse achar umas dezenas de comentários a comprovar que o não pagamento de IUC é uma das acusações feitas a quem apenas pretende andar numa bicicleta, perdão, velocípede. E logo acrescentou que nunca viu "ninguém... pelo menos que merecesse algum crédito" a fazer tal defesa. Portanto, para a defesa do IUC ser relevante, não bastaria que a sua imposição fosse proclamada por dezenas de pessoas que se deram ao trabalho de o escrever nos ditos fóruns, tinha de ser por gente "com crédito".

É evidente que, se eu alinhasse na mesma ilógica, a resposta natural ao comentário, seria a de que eu não sei quem o Rui Gomes é, e portanto não me merece qualquer crédito pelo que bem pode falar e comentar à vontade. Mas, nestes termos, responder-lhe seria "desprestigiante" dentro da lógica que proclama, e portanto fiquei calado. 

Agradeço o cuidado que o Rui Gomes tem com o meu prestígio, alertando-me para o "no sense" do meu artigo, mas na verdade eu não tenho prestígio algum. Ou tenho? É que o Rui Gomes comentou, dando afinal relevância ao que escrevi. Estou baralhado, é melhor parar por aqui.


 

/// ALLEY CAT CABEÇA DE MEDRONHO

rui henrique @ bicicleta voadora

Publicado em 16/01/2014 às 12:37

Temas: alley cat faia brava

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A Alley Cat Cabeça de Medronho será a corrida urbana mais verde alguma vez realizada em Lisboa.
Para além da competição e descoberta da cidade, esta Alley Cat tem um objectivo mais nobre - ajudar a tornar mais verde e com mais vida a Reserva da Faia Brava, o primeiro parque natural privado português que fica situado numa zona escondida nas margens do rio Coa, próximo da aldeia histórica de Castelo Rodrigo, distrito da Guarda.

Neste momento a Associação Transumância e Natureza, que gere a reserva, tem uma campanha para reflorestar o parque com medronheiros, espécie que em tempos foi abundante na zona e que por ação do homem deixou de existir...

Como praticamente todos os ciclistas adoram a natureza, e como já vem sendo costume, têm aqui uma excelente oportunidade de dar aos pedais e abrir os pulmões para o mais puro oxigénio!

O que pedimos é uma pequena contribuição na Alley Cat que será directamente convertida em pés de medronheiros que ainda este inverno serão plantados nas encostas do Coa.

O encontro será nos Jardins de Campolide dia 25 de Janeiro às 14H30, em frente à polícia municipal muito próximo do Teatro da Comuna, em pleno corredor verde.
Só se realizará se não chover, sendo adiada para a semana seguinte e à mesma hora caso o tempo não o permita.

FAIA BRAVA and the ATN's work for conservation from aidnature.org on Vimeo.


 

# Mudanças

rui henrique @ bicicleta voadora

Publicado em 15/01/2014 às 23:39

Temas:


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Desde há alguns meses que deixou de me fazer sentido tirar fotografias aos poucos ciclistas e aventureiros que circulavam por Lisboa, isto por um bom motivo, porque deixaram de ser assim tão poucos e felizmente a realidade actual nada tem a ver quando comecei com este blog.
Como tal, o diário fotográfico deixou de existir e a bicicleta voadora passará a ser um sitio de partilha e desenvolvimento de projectos dedicados à bicicleta, à arte, à solidariedade e a um estilo de vida sustentável e dirigido para os valores naturais e humanos.

Até Breve
 

IUC - Imposto Único de Circulação e a isenção das bicicletas.

Pedro M. Fonseca @ Pedalar na Cidade

Publicado em 4/01/2014 às 1:55

Temas: Alterações ao Código da Estrada Imposto Único de Circulação IUC

Os média estão ao rubro com as recentes alterações ao Código da Estrada. Eu tenho querido muito escrever sobre isso aqui, a sério. Mas depois leio os comentários às notícias e dá-me mais para rir. E chorar.

Uma acusação típica de muitos fóruns ou redes sociais é o pagamento de Imposto Único de Circulação de que as bicicletas estão isentas (o código chama-lhes velocípedes, porque o código é muito erudito). No meio de troca de argumentos (cof cof...) sobre a utilização da bicicleta como meio de transporte, há sempre o momento em que a fava é trincada com toda a convicção:

"Então mas se as bicicletas andam na estrada, porque é que não pagam o Imposto de Circulação??"

Pronto, está lançado o caos. As bicicletas não deviam poder circular, porque não pagam Imposto. Eu chamaria a isto inveja, mas na verdade é burrice porque estão a dizer que querem perder um benefício que também os atinge, visto que qualquer um pode possuir e conduzir uma bicicleta. E a grande maioria já o fez, mesmo que com 5 anos.

Mas vamos tomá-los a sério por cinco minutos. O que é que diz, afinal, a Lei sobre o IUC? Eu sou um tipo das leis, tinha que ir ver:

"Código do Imposto Único de Circulação
Capítulo I 
Princípios e regras gerais 

Art.º 1.º
Princípio da Equivalência

O imposto único de circulação obedece ao princípio da equivalência, procurando 
onerar os contribuintes na medida do custo ambiental e viário que estes provocam, 
em concretização de uma regra geral de igualdade tributária.
...

Art.º 5.º
Isenções

1 - Estão isentos de imposto os seguintes veículos:
...
d) Veículos não motorizados, exclusivamente eléctricos ou movidos a energias
renováveis não combustíveis, veículos especiais de mercadorias sem
capacidade de transporte, ambulâncias, veículos funerários e tractores
agrícolas;"



Quer dizer que o IUC se destina a obrigar quem adquire um veículo a motor a uma compensação pelo custo ambiental e viário que provocam. Ora então, vamos imaginar por uma loucura de segundos que se aplicava o mesmo princípio às bicicletas. Qual seria o valor a aplicar?

Ora neste simulador, ficamos a saber que uma mota com 125cc (poupando-vos trabalho, é a Tabela E) pagará em 2014 €5,49. Uma 125cc é o veículo mais simples que pode ser taxado ("O quê, abaixo disso também não pagam? Fim aos ciclomotores nas estradas JÁ!!"). Será dos que menos poluí e menor impacto na rede viária tem. Mas ainda assim são máquinas para pesar uns 180kg e sempre funcionam a motor, pelo que poluem bem mais que praticamente zero, que é o que polui a bicicleta.

Numa conta simples, uma bicicleta pesará cerca de 10 vezes menos que a mota 125cc (18kg, umas pesam mais mas a maioria pesa menos). Se pesa 10 vezes menos, o IUC também deve logo, à cabeça, ser 10 vezes menor, porque o desgaste na via tem essa proporção:

Resultado: €0,549 de IUC.

Mas tendo em consideração o custo ambiental, este valor tem ainda que ser reduzido, porque a bicicleta, não funcionando a motor, produz bem menos de metade da poluição num mesmo percurso. Talvez 2%, considerando pneus, óleo na corrente e desgaste das peças.

Ora 2% de €0,549 são... €0,01098, que é como quem diz UM cêntimo. Um cêntimo?? Seria este o valor proporcional do IUC de uma bicicleta e é por ele que tantos fazem tanto barulho? É realmente importante cobrar um valor inferior ao custo da folha onde imprimiríamos o comprovativo de pagamento (Ouch, mais um custo ambiental - cinco milhões de folhas no mundo)?

Ah, e 5 milhões de bicicletas X €0,01098 = €54.900,00. Presumindo que alguma vez haveria o registo dessas cinco milhões de bicicletas, claro. Cinquenta e quatro mil e novecentos Euros. Dá para tapar uns 200 metros de buracos na estrada, presumindo que a burocracia do Estado não gasta mais do que cobra, que seria o mais provável.

Já agora, vejam na alínea e) do referido art.º 5.º do Código do Imposto Único de Circulação quem mais está isento: Os táxis. Sim, os táxis a motor não pagam pelo impacto que causam na via e na poluição que provocam. Mas as bicicletas, meus amigos, essas marotas, não lhes perdoem!

Por mim, para não me chatearem mais, até pago já os meus sete cêntimos, só para não ter que os ouvir. Onde é a caixa de pagamento?
 

Rumo ao Alqueva: entre cafés e uma surpresa

João Bernardino @ Aventuras na cidade e Afins

Publicado em 31/12/2013 às 0:24

Temas: Alqueva Amieira Bicicleta Bicicultura Crianças Oriola Portel touring Viagens

Gostamos de parar para café. É pelo hábito do café, mas, quase inconscientemente, é também uma forma observar e sentir o local. Ver e ouvir as pessoas que ali fazem rotina apura-nos a sensibilidade sobre os traços locais. Na paragem para café constrói-se a memória futura do sítio, através dos pequenos pormenores que se observa, ouve e cheira. Pequenas conversas com curiosos por vezes abrem abrem um mundo de história. Parar para café é uma forma de, em 5 minutos, perscrutar o passado e a envolvência do sítio por onde se passa.

Não sei explicar bem, mas estas impressões recolhidas na paragem para café parecem ser mais apuradas quando se vai de bicicleta. Acho que por um lado tem a ver com transição mais directa do veículo em que nos deslocamos para o local onde vamos parar. Ao chegar de bicicleta, já estamos a ouvir, cheirar e ver o local, sem obstáculos. A possibilidade de estacionar o veículo mesmo em frente ao local onde vamos parar (como acontece com os carros, mas só nos filmes) também ajuda a essa transição mais suave. A redoma do automóvel coloca uma barreira a estas sensações iniciais, e em muitos locais comporta a ansiedade da procura de estacionamento. Por estes motivos, diria que a bicicleta enaltece ainda mais a experiência do parar para café.

Depois de levantarmos o acampamento, pedalámos 5 km até Oriola, uma simpática aldeia na margem da barragem do Alvito. Fomos ver o local, fazer compras, e beber café. Parámos num supermercado daqueles que têm um pouco de tudo, desde objetos de decoração para a casa que parecem ter estado a decorar o supermercado ao longo da última era, até um balcão e mesas para café à saída. O senhor do estabelecimento fazia tudo, entre a caixa do supermercado, serviço no balcão dos queijos e enchidos, e atendimento no café. Era uma manhã de Sábado de Verão e havia clientela para os vários serviços. Enquanto esperávamos, aproveitámos para perscrutar o local. O Vasco, lá fora no Croozer, aproveitava para pôr o sono em dia. Apesar de não termos visibilidade direta para as bicicletas, a presença constante dos locais deu-nos confiança suficiente para o deixar lá fora.

Depois pusémo-nos a caminho de Portel, a 14 km, onde iríamos almoçar. É mais uma vila alentejana bonita, onde demos uma volta, visitámos o castelo, o museu local e parámos para mais um café e bolos locais.

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Museu da Freguesia - Portel
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Castelo de Portel

Faltavam mais 20 km até à Amieira, uma aldeia encostada ao Alqueva que por acaso também é o principal ponto de turismo da grande albufeira. Não ia ser uma viagem completamente tranquila, tendo em conta o tempo que tínhamos para encontrar um local para dormir antes do anoitecer. Percorrê-mo-lo de uma vez. Fazer este tipo de distância a uma média de 15 km/h nem sempre era fácil por causa da possibilidade dos miúdos se aborrecerem ou terem outras necessidades. Mas tudo se tornava mais simples quando eles adormeciam, o que normalmente é trigo limpo quando são embalados pelo Croozer. Eles adormecerem em viagem é um dois em um: uma viagem tranquila para os pais, e uma sesta repousante para os filhos.


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Estrada R384- à sombra a descansar um pouco da subida...

Chegados à Amieira, parámos para comer e inquirir os locais acerca de sítios para pernoitar. Fomos tratados como reis pelo dono do estabelecimento, apesar de não ter propriamente coisas para lanchar, apenas "petiscos". Enquanto o Manuel e o Vasco comiam avidamente um prato de caracóis, um senhor da terra de ar muito humilde meteu conversa e acabou por nos ir contando uma versão muito interessante sobre os traços da Amieira, o seu povo, e o impacte que teve a barragem do Alqueva. Ao perguntar-lhe por um caminho em particular, explicou-me que poderia ter cercas pelo caminho a tapá-lo, mas que ninguém levava a mal se as abrirmos para passar. Soubéssemos isto antes, e talvez tivéssemos mesmo atravessado aquelas cercas da Ribeira de S. Brissos!

Disseram-nos que lá para baixo, junto à água, por vezes havia malta a acampar, e fomos a isso. Estávamos cansados e era perto do anoitecer. A busca de um local para ficar foi um pouco stressante. Demos algumas voltas à procura, e a partir de uma ponte vimos um local que parecia interessante numa das línguas de terra que invadem a água. Quando fomos para essa zona, ao longo de caminhos de terra em más condições, estava difícil de encontrar o local desejado, e os outros não pareciam tão apelativos. Os miúdos estavam muito cansados e queriam parar, até que decidimos deixá-los ir tomar banho no rio enquanto eu prossegui a procura. Finalmente encontrei e, apesar da fadiga, decidimos mudar de local. O sítio era perfeito, e só nos apercebemos completamente disso depois de instalados. Uma praia com pouca inclinação, bom piso para a tenda e uma visão muito bonita. Era tão bom, mas ao mesmo tempo muito diferente, do local da noite anterior na barragem do Alvito. E desta vez foi o nosso hotel de 6 estrelas tinha mesmo estacionamento à porta, porque foi fácil levar as bicicletas até à margem. Como no dia anterior, o Manuel e o Vasco brincavam junto à água ao mesmo tempo que eu e a Filipa preparávamos as coisas.

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Na albufeira do Alqueva, próximo da Amieira

Depois do jantar, mesmo antes de ir para a tenda, tivemos uma visita surpreendente. O terreno para além da área onde a água chega é totalmente preenchido por uma vegetação loura e suave que dá quase pela cintura, e que o luar iluminava ligeiramente. Enquanto conversava com o Manuel, a Filipa diz-me assustada que havia uns olhos no meio da vegetação. Primeiro olhei e pensei que fosse impressão dela porque não vi nada, mas passado um pouco vejo mesmo algo a mexer entre a vegetação, por trás das bicicletas. Era um corpo delgado com quatro patas... "É um gato!" A Filipa e o seu medo compulsivo de animais correram com o Vasco para dentro da tenda. "Saiam daí!!" "Mas é só um gato!" Observei melhor... O focinho que tinha uns olhos brilhantes a olhar para nós, parecia afinal ter a forma de outro animal. "Afinal é um cão..." Naquele instante, com o Manuel ao meu lado, meio entusiasmado e meio indeciso em alinhar pelo o ar despreocupado do pai ou o medo da mãe, tive um certo receio. O que faria ali um cão? Atrás dele virá uma matilha? Apontei-lhe a lanterna. Tinha uma cauda gigante e peluda e orelhas grandes. Era uma raposa!

Sempre ouvi dizer que as raposas eram matreiras e atrevidas. Esta aproximava-se de nós aos esses, entre a folhagem, até que chegou muito perto de nós. O Manuel eu estávamos excitados. Depois desapareceu com os nossos movimentos. Fomos para a tenda. Vestimos os pijamas, e voltei a abrir a porta da tenda. Suspeitava que ela voltasse, e tinha mesmo voltado. Ficámos a olhar. Procurava comida. Consegui tirar-lhe fotografias.
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A raposa

Aos 3 anos o Manuel viu pela primeira vez uma raposa ao vivo... ao mesmo tempo que eu, aos 32. Olhando para trás vejo este momento como um privilégio para ele, proporcionado por esta viagem maravilhosa. Quanto à Filipa, é surpreendente a coragem que teve para a fazer, acampando em sítios como este, tendo em conta o seu pequeno trauma com animais. Para ela foi um desafio superado. As bicicletas, do outro lado da tenda, esperavam para nos levar no dia seguinte.

O dia seguinte foi para descansar das emoções da noite anterior, usufruir das paisagens, da albufeira e também da comida da zona da Amieira. Soube mesmo bem!

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Paragem para café. Manuel aproveita para ver televisão, com menina local
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Construindo a "piscina"


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Passeio de barco na albufeira do Alqueva

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Restaurante "O Aficionado", na Amieira (bom!)

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A BICICLETA DE PABLO NERUDA

Humberto @ simplycommuting.net

Publicado em 19/11/2013 às 17:23

Temas: cycle of live livros

Todos os dias são forjados pela esperança de um Mundo mais livre, mais justo. Todos os dias amanhecem com o brilho das vidas dos homens que lutaram e lutam para o cumprimento do sonho da Liberdade e da emancipação. Assinala-se este ano 4 décadas da morte do poeta chileno Pablo Neruda. Dos milhões de palavras […]
 
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