paulofski @ na bicicleta
Publicado em 31/01/2024 às 15:48
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A bicicleta é o meu meio de transporte. É o meu meio para ir e voltar do trabalho. É um meio de lazer e descontracção. É o meu ginásio. É gratuito… quer dizer, anda a sandes e a cerveja, mas é barato. É ecológico e está sempre disponível, de manhã e à noite, faça sol ou faça chuva, haja ou não transportes públicos… Já nem sei o que é andar de transportes públicos!
Todos os dias vou de bicicleta para qualquer lado. Como tenho tempo, à tarde no pós-laboral concilio duas horas e qualquer coisa para regressar a casa, tempo suficiente para pensar, descarregar e parar de pensar, só pedalar. Ao fim-de-semana lá vou eu, ao sábado e ao domingo, licra no corpo para mais quilómetros de satisfação, com outra disposição, bem mais rápido, mais longo e mais suado.
De qualquer forma, com qualquer bicicleta, nada é melhor que levar com mosquitos na testa.
paulofski @ na bicicleta
Publicado em 5/01/2024 às 9:45
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Todos os anos, desde 2010, naquela semana estranha entre a véspera de Natal e o Ano Novo, a marca de roupas de ciclismo Rapha desafia os ciclistas a pedalar 500 quilómetros em oito dias. Para além do marketing associado, o desafio proposto pelo Clube Rapha é uma forma de incentivar o derradeiro esforço velocipédico para se atingir metas anuais, queimar calorias natalícias em excesso… ou, simplesmente, arranjar uma desculpa e fugir de casa por algumas horas!
Em 2023 o desafio entrou no seu 13º ano de existência. Se pedalar uma média de 62,5 km por dia durante 8 dias não é nada de outro mundo, eu que até nem sou muito destas coisas, quando há uma bela Cannondale bike XPTO em jogo, cliquei no botão e fiz a inscrição. Não meti férias nem me socorri do rolo, coisa que nem tenho, mas com determinação e empenho, sem comprometer rotinas e compromissos natalícios, teria as condições necessárias para o sucesso da coisa.
Há sempre uma forte probabilidade dos afazeres da quadra natalícia virem a atrapalhar a pedalada, como o facto da época festiva envolver muitas comezainas e algumas bebedeiras. Depois, temos os compromissos familiares a que não conseguimos fugir. Ir fazer compras de última hora também não nos dá o livre-trânsito de desaparecer porta fora e ir pedalar durante um bom par de horas. As festividades têm de ser bem negociadas, lá em casa e com as bicicletas disponíveis.
Se poderia fazer tudo de uma vez… eh pá, há quem o faça, mas para quê!? O objectivo aqui seria aproveitar o tempo livre nas folgas e vésperas dos feriados para umas voltas mais esticadas, e ir dando ao pedal consoante a possibilidade ao longo dos dias de trabalho. Infelizmente, para mim, o Natal não é sinónimo de férias, nem no Algarve e muito menos nas Caraíbas, e, caso assim fosse, a bicicleta seria mesmo a última coisa a ser incluída na bagagem.
Quando se trata de dia útil para pedalar, à partida o dia de Natal estava para mim fora de questão. Mesmo assim, com a desculpa de ir fazer o papel de Pai Natal, lá consegui sair no dia 25 para uma mini-micro volta de 15km (foram mais, mas o Strava stravou e mais não contou). Já foi muito bom para “desmoer” as rabanadas. Por acaso até foi o dia mais agradável no que ao clima dizia respeito, mas sabendo que no dia seguinte iria abrir o presente da tolerância de ponto governamental, não me preocupei e programei o dia para a voltinha mais extensa.
Chova ou faça sol, as pedaladas casa-trabalho vs. trabalho-casa diárias, o “#commutescount”, são para cumprir. São Pedro tem sempre uma palavra importante a dizer e eu sabia à partida que teria de lidar com o senhor Inverno. Se não é frio é chuva, se não é o vento é tudo misturado. O melhor é não contar com as alterações climáticas no… e estruturar bem a coisa. Mas, com três dias de chuva inclemente, precisamente nos chamados dias úteis, isto nas previsões mais otimistas, a coisa ira resumir-se aos mínimos indispensáveis, o que não daria para acumular quilometragem em metade do prazo disponível. Feitas as contas, no derradeiro fim de semana do ano civil de 2023 teria de pedalar contra o prejuízo.
Pedalar, seja para cumprir 500 quilômetros em 8 dias, seja para pedalar os 4 que separam a casa do trabalho, a bicicleta tem de estar preparada e afinadinha. Na estrada estamos sempre sujeitos a avarias e não temos uma oficina ao virar de cada esquina e que nos desenrasque. O selim da gOrka teimava em desapertar e por mais aperto que lhe ia dando, o parafuso ia me moendo a paciência e as costas. Esse handicap teve influência na escolha de percursos para os derradeiros dias, pois a cada paragem lá ia eu fazer fosquinhas com a chave umbraco. As voltas basearam-se num raio de acção mais curto do que inicialmente pretendia.
Um parafuso de titânio é coisa para resolver definitivamente o problema, só que não! O busílis da questão estava na base do espigão. Depois de tanto apertar e reapertar, no final da volta de sábado, forçadamente encurtada, decidi atacar o problema pela raiz. Assim que parei a actividade no Strava e entrei na arrecadação, de roupa suada colada ao corpo, estive mais de uma hora para solucionar o problema à boa maneira McGuyveriana. Quando entrei no chuveiro estava certo que no derradeiro dia do desafio não iria sentar as nalgas num baloiço. Eis o último dia do ano que veio a ser um 31!
A manhã estava bastante sombria. Pouco depois de me fazer à estrada, uns pingos de chuva misturavam-se com alguns pingos do meu nariz. A ressaca de uma noite tremida e a perspectiva de 90 km pela frente não foram, no mínimo, as melhores motivações para sair da cama. Para além disso, pernas fraquejadas e vento contrário não combinam bem. “Oh diacho, tu queres ver!” Não era minha pretensão repetir rotas, então optei pela monotonia perto de casa em vez de arriscar e morrer na praia. Assim, com o ritmo adequado à energia, segui o plano da praia, aproveitando para passar pela casa do velhote e lhe dar um abraço.
Assim, quando finalmente entrei em casa e pendurei a bicicleta havia acumulado mais quatro quilómetros para além dos mínimos exigidos. Ena… Para lá da satisfação pessoal de concluir o dito cujo desafio, ficando assim habilitado à tal máquina que, só em sonhos, me poderá sair na rifa – quem não arrisca não petisca, não é mesmo? A medalhinha digital da Rapha Festive 500 vai permanecer na sala de troféus como o resultado do esforço e da minha teimosia tenacidade. De que me posso queixar quando se ganha um prémio bónus acrescido. Para lá de ter tido um reveillon 2024 de molho, uma noitada bem suada, ainda tive direito à participação, nos dias seguintes, no Brufen 600! Ca Categoria, hein…
Bom Ano e Boas pedaladas.
paulofski @ na bicicleta
Publicado em 21/12/2023 às 16:03
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Sua Alteza é crente, ainda acredita no Pai Natal. Viu o velhote e, numa de Operação Influencer, parou e intercedeu para que eu receba no sapatinho de encaixe a bicicleta há muito pedida. Mas eu sei o que ela quer. O caruncho e a ferrugem já lhe estão a emperrar a pedaleira. O que ela realmente deseja é dividir as minhas nádegas com outro selim. O senhor das barbas riu-se… “Oh Oh Oh… tu queres é que te conte uma história. Pois bem: Há muito, muito tempo, que depois do Natal e do Ano Novo, três magos em camelos chegam de um reino longínquo, e trazem presentes… Sabe-se lá se não é desta que tens o teu presente de volta, que um desses reis venha a pedalar na velha nova bicla do Paulo!!!”
Com ou sem presentes no sapatinho de encaixe, o que interessa é que todos tenham um Feliz Natal.
Publicado em 18/10/2021 às 23:22
Temas: bikepacking review
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A Triban no Gerês |
Comprei a minha Triban quase por impulso, em Novembro de 2019, quando em casa moravam já outras duas bicicletas de estrada. Estes modelos eram algo peculiares: uma Surly Long Haul Trucker, a bicicleta mais confortável em que já rolei, e uma velhinha Raleigh inglesa dos anos oitenta, que eu usava sobretudo para fins utilitários.
A minha antiga Surly |
O que eu procurava, já há algum tempo, era um modelo que permitisse substituir todas as outras bicicletas (as duas já citadas e uma BTT). A elusiva bicicleta única, que fosse capaz de fazer estrada a sério, viagens de longa distância, com carga, BTT em eventos e passeios, uso utilitário, e tudo o mais que se me ocorresse. E que fizesse tudo isto com alguma competitividade, que me permitisse participar ocasionalmente em eventos. Bem sei que não é pedir pouco, para mais de um modelo "económico".
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A Triban com todos os componentes de origem |
A escolha da Triban foi motivada, se for sincero, sobretudo pelo preço aliciante, tendo em conta tudo o que oferecia. Mas pareceu-me na altura uma solução de compromisso, já que eu considerava que a Decathlon tinha sido um pouco preguiçosa e simplesmente mudado o nome e a pintura a um dos seus quadros de estrada. Era apenas uma estratégia para a marca ter um producto que lhe permitisse concorrer no mercado na área então muito na moda, o "Gravel".
Bom, isso não deixa de ser um facto: trata-se de uma bicicleta de estrada, com algumas alterações, mas eu estava enganado. Para mim esta escolha veio a revelar-se extremamente acertada, e embora a bicicleta tenha certamente limitações, é difícil para mim ver alternativas viáveis neste momento. Vamos ver o que está em causa. (Nota: não tenho nenhuma ligação com a Decathlon e estas opiniões são minhas apenas).
Quadro: Para mim carbono estava fora de questão, por causa do uso para viagens longas em autonomia e o uso de bolsas de bikepacking. Os danos por atrito dos sacos ou numa queda são um risco demasiado grande. Aço e Titânio são materiais interessantes e esteticamente mais apelativos, mas mais caros e também pesados. Por isso alumínio acaba por ser uma boa escolha. O peso neste caso é apenas aceitável (os números estão no site). A surpresa veio da geometria. Eu tinha estudado a tabela e sabia que o quadro é exactamente o mesmo da gama de estrada. Portanto trata-se de um quadro "barato" de Endurance, com uma testa alta e uma posição pouco agressiva. Isso é ideal para longas distâncias e muitas horas no selim, e a geometria veio a revelar-se muito adequada para a minha fisionomia, depois de alguns ajustes. Eu não tenho muita flexibilidade natural e a minha postura não é muito agressiva. A bicicleta é muito estável em qualquer circunstância, mas mantém a capacidade de reacção e aceleração de uma bicicleta de estrada, que uma bicicleta de viagem (touring) não tem. E fora de estrada só em BTT mais sério perde a compostura, como seria inevitável.
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Cassete, corrente e pedaleiro alterados |
Grupo: A Triban vinha com um grupo Shimano 105 R7000 quase completo. Apenas a pedaleira era uma Shimano compacta de 11 velocidades, mas sem grupo, um pouco mais pesada que a 105 equivalente. Aqui eu achava que era mais uma das situações em que a Decathlon tinha feito a coisa mal, a cassete 11-32 (não Shimano) era demasiado pequena, e pensava na altura que a bicicleta deveria vir com um pedaleiro sub-compacto e talvez com um grupo GRX. A verdade é que esta mania da super-especialização dos componentes é muitas vezes exagerada. A transmissão não se desfaz se apanhar poeira por ser um grupo de estrada. O desviador Shimano 105 não é muito diferente de um Deore, as correntes e cassetes são aliás idênticas em vários grupos de estrada e BTT da Shimano, pelo que o desempenho fora de estrada não compromete. Já as relações de transmissão são claramente mais pensadas para o asfalto. Para rolar com peso extra e/ou fora de estrada (como sucede em bikepacking), optei por colocar uma pedaleira Miche 46-30 e uma cassete Shimano 105 maior, 11-34. Mesmo assim, eu agora reconheço que para um uso maioritariamente de estrada, a bicicleta vinha com um bom mix de peças. De tal forma que recentemente voltei a usar a cassete de 32 dentes original, para beneficiar de relações mais próximas entre si.
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Os travões facilmente se ressentem com o pó |
Travões: Os travões TRP mecânico-hidráulicos permitem casar um grupo totalmente mecânico, mais barato, nestes caso os shifters Shimano 105 R7000, com o modulação e sensações de um travão hidráulico. E a verdade é que funciona. Esteticamente é uma desgraça, mas funciona. Eu travo só com um dedo a maior parte das vezes. E a sensação de controlo é sempre boa. Há que notar contudo que estes travões estão mais à vontade em estrada, basta um pouco de pó para começar a haver vibrações e perdas de potência na travagem, quando em uso em gravilha ou terra. E só depois de uma limpeza cuidadosa é possível voltar a ter uma boa performance.
Guiador 44, mais estreito |
Periféricos: Não posso falar muito destas coisas, porque foi quase tudo substituído rapidamente. O guiador era demasiado largo, o meu quadro XL vinha com guiador de 46cm, com um desenho de drops com que eu não me identifiquei. Troquei por um simples FSA de gravel, abertura a 12º, de tamanho 44. Apesar de mais pequeno ainda permitia o uso de sacos de bikepaking. O avanço de 120cm foi trocado por um de 80, para afinar a posição na bicicleta. Muitas bicicletas de gravel modernas são desenhadas para avanços curtos, e neste caso a adaptação foi natural. Sim, ao princípio eu também achei que era muito curto, mas fez maravilhas pela postura e pelo controlo da bicicleta. Mudei também o selim, por outro muito semelhante, e o espigão do selim, por estética e peso.
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No Porto! |
Rodas & Pneus: Usei pouco as rodas. Eram robustas e não deram problemas, lembro-me que os cubos pareciam bastante bons para esta gama de preços. Foram trocadas por umas DT Swiss, para perder umas gramas. Os pneus Hutchinson Overide de 35mm são excelentes. Têm uma aderência teimosa e salvaram-me o pelo em mais de uma ocasião. Permitem aventuras fora de estrada que a sua diminuta largura não deixa prever. E em estrada rolam muito bem. Há melhor e mais leve (e mais caro), mas não muito. Quando comprei a bicicleta achei que os pneus eram mais um compromisso, agora acho que são um excelente compromisso! Actualmente monto pneus de 38mm, a marca só recomenda até 36, mas a verdade é que cabem 40mm se fizer falta. Mas penso voltar aos 35mm quando surgir a oportunidade, julgo que é o melhor equilíbrio estrada-gravel e a marca voltou a acertar neste aspecto.
Dois anos depois, dois Tróia-Sagres, uma volta a Portugal de várias semanas em autonomia, uma viagem a Madrid, o caminho de Fátima, uma subida à serra da Estrela, e muitas aventuras mais pequenas pelo meio depois, a Triban provou que não é só um modelo barato feito à pressa para seduzir os adeptos da "moda" do gravel. Não se deixem enganar pelas soldaduras mais abrutalhadas, nem pela palavra "Decathlon" na testa do quadro, a bicicleta foi bem pensada, o desempenho nunca compromete e tem alma para tudo o que se propuserem fazer com ela.
Set-up recente, na Serra da Estrela |
O facto de custar menos um terço ou metade dos modelos da concorrência também não é propriamente mau. Actualmente há vários modelos e cores disponíveis, baseados no mesmo quadro, que, consta, é fabricado em Portugal (o meu, especificamente, diz "made in France"). É possível também comprar um dos modelos de estrada da gama 520 e depois adaptar a um uso mais polivalente, já que o quadro é idêntico, mudando a pintura e a selecção de componentes.
Não tenho actualmente nenhuma outra bicicleta, nem sinto falta de nada. Sei que não é solução para toda a gente, o meu uso tem sido muito lúdico e mais estradista, ultimamente. Mas é inegável que esta proposta low-cost permite acceder a um inesgotável mundo de aventuras, cujos limites não serão impostos pela bicicleta.
Publicado em 23/07/2021 às 0:20
Temas: bikepacking viagem
Caramelos? |
Decidido a evitar mais apertões de calor e surpresas tardias na jornada, na manhã do quarto dia levantei o rabo da cama o mais cedo que consegui. Tomei o pequeno almoço, incluído na estadia, tão cedo quanto era permitido e fiz-me à estrada. Desta vez tinha alojamento reservado, e estava decidido a ter um dia diferente. Para minha surpresa consegui mesmo fazer a navegação para fora da zona urbana de Trujillo sem percalços. Normalmente o meu GPS não permite esses luxos, mas naquela manhã tudo corria sobre rodas.
Rumo a Este, como sempre |
É claro que esta bonanza não poderia ser duradoura. Depressa percebi que a altimetria para a jornada era mais desafiante que nos dias anteriores. E o que não mudava contudo, era a temperatura elevada, e as grandes distâncias entre terras, amplos espaços onde não havia nenhuma possibilidade de descanso, refugio do Sol ou reabastecimento. O Deserto Espanhol, como lhe chamam alguns Portugueses de passagem, a caminho de destinos mais populares na Península Ibérica, faz jus ao seu nome.
Olha, montanhas! |
A manhã foi gasta a deambular por estradas de montanha, a ritmos muito lentos, enquanto a temperatura ia aumentado, até ficar intolerável. Continuava a não haver sombras para parar, nem lugares onde obter água ou comida. O desgaste era grande e o moral da expedição ia descendo ao ritmo que desciam também as reservas de líquidos disponíveis a bordo. Começava a ficar claro que, mais uma vez, não ia conseguir arrumar a etapa a tempo de evitar o calor infernal da tarde, no Deserto Espanhol.
As coisas não são fáceis no deserto |
Umas bombas de gasolina foram a minha salvação. Estava a ficar viciado em Aquarius, a coisa mais parecida a uma bebida energética que era possível encontrar em quase todos os postos de abastecimento de combustíveis. Eventualmente a estrada "alisou", depois de uma longa descida, onde cheguei a passar dos 75km/h. Tinha voltado a ficar sem almoço pois não encontrei nada pelo caminho na hora apropriada, estava a ficar frito pelo Sol, mas sabia que já estava perto do destino.
Sombra! Para a bicicleta... |
Eu claramente já estava acusar o desgaste do calor, do esforço e da falta de comida. Foi neste estado que rolei até um cruzamento onde a estrada em que eu estava continuava para Oeste, coisa que não me interessava nada. Eu tinha que virar para Este, no sentido de Talavera de la Reina e Madrid. A minha dormida para a noite era em Oropesa, uma cidade a meio caminho. Rolar no sentido contrário era andar para trás,
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O dilema |
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O percurso que eu fiz |
O caminho para "casa" |
Vista à chegada a Oropesa |
Publicado em 23/07/2021 às 0:07
Temas: bikepacking viagem
Dois ursos e uma bicicleta |
Puerta del Sol |
Calle Preciados |
E uma estátua de corvos em Lisboa? |
A velha Madrid |
O céu limpo deu lugar a nuvens sinistras |
Para Norte! |
Percebem? |
A coisa promete! |
Na paragem do BUS |
Dia 7. Madrid-Manzanares el Real. 49km. (Estrada/Ciclovia)
Publicado em 19/07/2021 às 1:10
Temas: bikepacking viagem
Caramelos? |
Na berma da via rápida em obras |
Rumo a Madrid! |
Ciclovias de luxo |
Madrid?? |
Hum... |
Sim, é uma lixeira numa estrada abandonada |
Madrid! |
Vista de quarto |
Bicicleta no quarto #4 |
Publicado em 18/07/2021 às 20:49
Temas: bikepacking viagem
What? Nunca comeram feijoada na cama? |
Não chego a articular a minha resposta, que antevejo ser hilariante e charmosa, pois há um crescente som irritante que monopoliza a minha atenção. Não percebo de onde vem, mas parece conhecido... Instintivamente, silencio o alarme do telemóvel e levo alguns segundos a reconhecer o que me rodeia. São seis da manhã e ainda está escuro lá fora. Acendo a luz e levanto-me a custo da cama. Esforço-me por recordar que estou numa casa rural em Oropesa, uma pequena terra da província de Toledo, bem no meio do Grande Deserto Espanhol.
Arrasto-me para o WC, mas as pernas pesam-me como dois marcos dos descobrimentos, e tenho o equilíbrio de um marujo bêbado recém regressado da carreira da India. Tenho muita sede, embora me lembre de me ter hidratado bem a noite anterior. Lavo os dentes e constato que, de alguma forma, tenho a boca cheia de sangue seco. A próxima etapa da minha higiene matinal não é mais animadora: pelo quarto dia consecutivo, a minha urina é da cor de Earl Grey. Saio da casa de banho a murmurar alguma coisa sobre "isso não deve ser bom". Ao lado da janela aberta, repousa o Dentuça. O seu olhar parece questionar: "O que é que estamos a fazer?"
#3 Bicicleta cá dentro |
Habitual reabastecimento num posto de combustível |
Sombras e bancos! Foi a única vez que vi tal coisa! |
Mais um dia no deserto |
Publicado em 15/07/2021 às 23:34
Temas: bikepacking viagem
Trujillo! |
Rolando no Grande Deserto Espanhol |
A Autovía A-58 |
A paisagem rumo a La Aldea del Obispo |
Hora do Almoço |
Trujillo! |
As gentes de Trujillo... |
Bicicleta no quarto #2 |
Dia 3. Aliseda-Trujillo. 127km. (Estrada)
Publicado em 15/07/2021 às 13:41
Temas: bikepacking viagem
Caramelos? |
Gostava de dizer que acordei rejuvenescido depois de uma boa noite de sono, mas no mundo real, as coisas nem sempre funcionam assim. Sendo certo que tive direito a umas oito horas de descanso, a verdade é que acordei a sentir-me letárgico, completamente sem energia. Parecia claro que o corpo ainda acusava o esforço do dia anterior.
A vastidão do Alentejo |
Tudo preparado. Tudo menos eu! |
Sim, esta é a fronteira! |
A estrada para Aliseda |
Bicicleta no quarto #1 |
Camas separadas! |
Dia 2. Esperança-Aliseda. 69km. (Estrada)