Pausa para outras coisas importantes: correntes.

@ A Cova da Onça

Publicado em 15/07/2013 às 21:18

Temas: técnica

A pergunta vale para qualquer bicicleta, mas quando se tem uma bicicleta que tem uma corrente com um comprimento que é quase o quádruplo do normal , assume outra dimensão: qual a melhor forma de limpar e lubrificar a corrente? 
(Antes de continuar, um apontamento de segurança: leiam o post todo antes de se decidirem a experimentar este processo, nem que seja para mudarem de idéias ;) ).
Cada um de nós terá um método preferencial baseado na experiência pessoal, no bom conselho de alguém que entende do assunto ou na boa-fé de acreditar no conselho de um vendedor melhor intencionado, ainda assim nunca é demais acrescentar uma nova possibilidade, que descobri há algumas semanas exactamente quando pesquisava por este tópico. Não desmerecendo qualquer das soluções em voga - desde a utilização de óleo para correntes de motos, o eterno WD40, os produtos da Decathlon, óleo fino (chamado de óleo de máquina de costura), lubrificantes à base de silicone, óleo do motor (do carro), outros produtos recomendados pelos diferentes fabricantes, etc etc etc, esta solução pareceu-me interessante o suficiente para a testar, e passo a explicar o porquê.
O processo de limpeza e lubrificação de uma corrente é sempre feito em duas fases, tal como o nome indica - acrescentar lubrificante sem limpar é o mesmo que deixar uma lixa nº5 na corrente que vai crescendo ao longo do tempo, diminuindo assim a vida útil da corrente, da pedaleira, da cassete e dos desviadores - para já não falar no aspecto. A lavagem é feita normalmente com a) água (quente ou fria, à pressão ou não, com ou sem detergente, com uma escova própria ou adaptada - como uma velha escova de dentes, por exemplo) ou b) com um produto de "lavagem" - um óleo fino e barato ou WD40 ou um agente de limpeza similar. Problemas: a) enxaguar e deixar secar muito bem a corrente ou b), deixar escorrer o agente lavante. Problemas, quando a água evapora começa quase de imediato o processo de corrosão, não é assim tão simples secar completamente uma corrente e ainda pior é deixar escorrer completamente o agente de lavagem. É mais ou menos claro que em ambos os casos o agente lubrificante a aplicar depois vai ter alguns problemas em fixar-se nas zonas onde é efectivamente mais necessário. Parece portanto óbvio que a solução deva passar por um qualquer produto que seja em simultâneo um bom agente de lavagem e um bom lubrificante - e barato.
Ora, de acordo com a informação que consegui obter em diferentes fóruns, esse produto existe, é utilizado com sucesso há muito tempo e apenas peca por ser barato o suficiente para não interessar. Chama-se parafina, e na forma sólida é utilizada para fazer velas - entre outras coisas. Vende-se em placas e tem um aspecto semelhante ao da foto:

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De acordo com o que consegui apurar a parafina foi muito utilizada - em tempos de menor criatividade e capacidade tecnológica - com muito sucesso na tarefa de limpeza e lubrificação não só de correntes como de outras peças mecânicas mais ou menos complexas. O processo é relativamente simples: derrete-se a parafina num recipiente em banho-maria e com lume baixo (isto porque a parafina é inflamável e a última coisa que queremos é pegar fogo à casa), tal como apresentado na foto infra - duas panelas de alumínio baratas fazem perfeitamente o serviço, o truque é ferver primeiro a água, baixar o lume e meter dentro da panela maior a menor com a parafina partida em porções pequenas.

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Quando a parafina fica completamente liquefeita está na hora de dar banho à corrente. Dado que tinha uma quantidade razoável de parafina (tinha duas correntes para limpar, uma das quais "king size") decidi apagar o lume, por precaução, e com um arame revestido com uma camada plástica (dos utilizados nas redes de jardim) enganchei as correntes e lavei-as literalmente na parafina, recorrendo a uma velha escova de dentes para ajudar a remover a sujidade superficial mais difícil. O banho deverá ser, como qualquer banho, tão enérgico quanto possível do ponto de vista mecânico, e dito isto é absolutamente impressionante a quantidade de sujidade que uma corrente aparentemente limpa consegue largar na parafina líquida. NOTA MUITO IMPORTANTE: A parafina líquida está seguramente MUITO QUENTE, e se entrar em contacto com a pele "cola" e provoca no mínimo uma forte sensação de dor, no pior dos casos queimaduras sérias. As luvas não estão ali para "fazer o bonito", é mesmo para proteger, e não é boa idéia tocar na corrente nesta fase - estará seguramente tão quente como a parafina.
Nesta foto, a corrente "grande" enganchada no arame em dois elos antes de ir ao banho.

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E finalmente ambas as correntes a secar - utilizei uma embalagem de cartão de uma pizza, sempre soube que me iria ser útil, não imaginava o quão útil seria. Uma descoberta que fiz depois é que deveria ter deixado as correntes a secar na vertical, de modo a poderem escorrer o máximo de líquido possível - todo o excesso vai ficar agarrado à corrente sob a forma de pequenas porções de cera, que no caso tornaram algumas partes da corrente "rígidas" e mais tarde acabaram desfeitas em pequenas lascas que não dão o melhor dos aspectos ao trabalho final.

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Depois de esticar, torcer, retorcer e "amaciar" as correntes, sacudi-as bem e coloquei-as nas bicicletas respectivas. Algumas voltas depois tudo ficou com melhor aspecto com a excepção das cassetes e dos desviadores traseiros, que estavam cheios das tais lascas de cera.
Vantagens da parafina: é um excelente agente lavante (comprovado), um bom lubrificante (para já tudo leva a crer que sim), no estado líquido entranha muito facilmente em toda a corrente (comprovado) e depois de solidificar impede a acumulação de pó e outros detritos (tudo leva a crer que sim).

Last but not least - e deveria ter vindo no início: Como tirar a corrente da bicicleta sem ficar com menos dois elos?
Para quem tem correntes com quick links SRAM, basta seguir o vídeo abaixo:
(para voltar a reconstruir a corrente basta voltar a inserir o link se este estiver em condições, caso contrário utilizar um novo)


E para correntes com master link, o processo é este:

 

Uma abordagem interessante

@ A Cova da Onça

Publicado em 19/06/2013 às 15:17

Temas: e-bike

E uma maneira de perspectivar a utilização (ou não) da travagem regenerativa em e-bikes fundamentada em cálculos simples. Aqui.
 

Plano C, plano BB

@ Plano C

Publicado em 18/06/2013 às 20:07

Temas: bicicleta Bruxelas ciclismo cicloturismo cidade mobilidade vida viver a rua

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Viva! Estou vivo.

Já há muito que não escrevo no blog e a razão é só uma, a mais comum - falta de tempo. "Falta de tempo" é uma razão parva, porque normalmente escolhe-se o que se quer fazer com o tempo. Falta de tempo significa falta de prioridade, ou desorganização, normalmente.

Aliás, até tenho escrito umas coisas, pois já me tinha comprometido com um projecto de uns amigos e actualmente tenho uma crónica num site sobre Telheiras. O "meu tema" é a bicicleta, como não podia deixar de ser, e tem como público alvo aqueles que desconhecem este mundo.

Voltando à "desculpa", no meu caso foi a 1ª razão. Como emigrei há um mês e pouco, tempo e prioridade para o blog não apareceu. A falta de internet em casa também não ajudou, claro.
Mas adiante. O meu Plano C, agora tem o B bem presente. Duas vezes. Bruxelas, Bélgica.
Não tendo sido um dos principais factores a considerar, o que é facto é que o meu Plano C encaixa-se muito bem na capital da Bélgica (há quem lhe chame a capital da Europa devido à centralidade e por ser sede da UE).

Trabalho numa zona central da cidade, vivo a menos de 2km do trabalho e desloco-me 90% das vezes de bicicleta. Os restantes 10% dividem-se entre o modo pedonal e Transportes Públicos com clara vantagem para o pedonal.

Agora tenho duas bicicletas, uma de senhora e uma estradeira, ambas muito antigas, mas antes de ter bicicleta andava a pé, mas andava a sério. Nas primeiras semanas terei feito uma média diária de 10km/dia. Bati uma série de bairros para escolher onde ia morar, ia e voltava para o trabalho a pé, fazia turismo a pé. Só me meti no metro passado 3 semanas e foi para ir aos arredores. Distâncias até 3km eram encaradas com uma naturalidade fora do normal.
A qualidade de vida nesta cidade é muito boa. Há um equilíbrio bastante bom entre a vida profissional e privada. Entra-se e sai-se do trabalho cedo. As lojas abrem tarde e fecham cedo. Aos fins de semana há coisas que não funcionam. Tirando as lojas para turistas, nas zonas turísticas (lojas de chocolates, aos montes!) e o sector das restauração, não há nada aberto para consumo de horário alargado. Depois das 18h é horário de lazer.

Parques grandes enchem-se de atletas amadores, todo e qualquer espaço de relva torna-se uma zona de piquenique ou de praia sem água. Esplanadas - que são aos montes - enchem-se de esplanadores profissionais, vindos de toda a parte do mundo.

Bruxelas é internacional. Em pouco tempo ouvem-se 5 ou 6 línguas diferentes. Conversas em várias línguas ao mesmo tempo é estranhamente natural. Todos os dias se aprendem expressões novas doutra língua. "Bom-dia" em romeno, "excepto" em holandês, etc, etc.
Este ambiente faz qualquer estrangeiro sentir-se em casa rapidamente. Aliás, os belgas estão claramente em minoria, nesta cidade.

Bicicletas

Bruxelas tem muita gente a andar de bicicleta. Que não haja dúvidas disso.
Bruxelas está muito preparada para os ciclistas. Que não haja duvidas disso. Pode não estar no ranking do senhor do cycle chic, mas deve meter a um canto algumas cidades que lá figuram à sua frente.

Zonas 30 por tudo o que é bairro, contra-sentidos autorizados para bicicletas em praticamente todas as ruas de sentido único - e são mesmo muitas - ciclo-faixas, sharrows, ciclovias em algumas zonas mais pressionadas pelos automóveis, andar de bicicleta nesta cidade é muito, mas mesmo muito fácil.

Criei um álbum público no Facebook, onde se podem ver muitas destas "maravilhas".
Eu sei que eu sou experiente e que posso ter uma visão enviesada, mas tenho uma evidência que dá garantias. Iniciei um amigo, também novo em Bruxelas, que não andava de bicicleta desde os 15 anos. 

Arranjei-lhe uma bicicleta tipo holandesa de 3v, dei umas voltas com ele, tipo bike-buddy e a partir do 1º dia passou a fazer toda a sua vida de bicicleta.

Ah, Bruxelas também não é plana. Tem, tal como Lisboa, um planalto central, mas à sua volta há muitas subidas e descidas. É um país baixo, mas isso não pode ser levado à letra.
Acho piada à quantidade de pessoas que rapidamente cospe o nome de uma cidade estrangeira, quando pretende justificar que em Lisboa não dá, mesmo não sabendo bem como é a orografia dessa cidade. "Ah, mas em dá, pois é tudo plano." Bruxelas também já foi metida neste saco. Normal.

Este tema é imenso e não consigo esgotá-lo aqui. E o meu embarque para o avião está quase a ser feito. :) Sim, aproveitei para escrever um post enquanto esperava pelo embarque.

Ficam algumas imagens para satisfazer alguma curiosidade.

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(Uma voltinha pela cidade - Parlamento Europeu)

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 (Uma voltinha por um dos vários parques - com goffre belga)

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 (O topo do Parc du Cinquantenaire, onde passo todos os dias)

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  (O canal Bruxelles-Charleroi, que acompanhei dezenas de kms, a caminho de Charleroi)

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  (Nivelles, uma bela vila onde passei, no regresso de Charleroi)

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  (Uma passagem pelo magnífico e enorme bosque que ocupa o sudeste dos dos limites da cidade de Bruxelas)

Quando tiver tempo/ ..., voltarei a escrever. Tenho imensa coisa para partilhar. Até um fim de semana de cicloturismo, com cerca de 140km percorridos, mais de metade longe dos carros e confusão.


Eu volto. :)
 

Tour de France, antes e agora

@ MA FYN BACH

Publicado em 18/06/2013 às 10:09

Temas:

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Peugeot (roda 28)(1908/1919) Conclusão de Recuperação

LOBO @ OS CLÁSSICOS DO LOBO

Publicado em 18/06/2013 às 8:25

Temas: Bicicletas Antigas Bicicultura Peugeot roda 28

Sem entrar em "altos voos" no que toca a recuperações, nesta Peugeot e uma vez que o quadro e guarda-lamas estavam com bom aspeto (usado mas com bom aspeto), decidi unicamente procurar as peças que lhe faltavam, fazer as que não consegui arranjar, e niquelar as peças que normalmente teriam esse tratamento.
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Adicionalmente foi aplicado um par de pneus novos, um guarda saias, um sino utilizado na época e reutilizei os punhos e o selim

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Promessas, trá-las as eleições, leva-as o tempo.

Pedro M. Fonseca @ Pedalar na Cidade

Publicado em 14/06/2013 às 17:11

Temas: antónio costa avenida da liberdade

Ainda recentemente na Avenida da Liberdade, a proposta inicial de reordenamento do trânsito apresentada por António Costa propunha, entre outros, a remoção de uma das vias de estacionamento nas laterais. A proposta parecia inclinada no bom sentido, mas e hoje, o que se passa?

Hoje, continua tudo tal e qual estava antes nessas laterais, apesar dos desejos recentemente manifestados pelo Presidente da Câmara. Nem menos estacionamento, nem menos vias de circulação, nem mais área pedonal perto dos prédios, nem mais áreas cicláveis. Só a repavimentação da pista central, área privilegiada de aceleração automóvel a velocidades bem para além das legais. Agora anda-se e pedala-se por lá muito melhor, sem dúvida.

Enquanto isso, em Nova Iorque, há quem faça em vez de manifestar boas intenções, e com resultados à vista:

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Ver no Treehugger.


 

HUMMMM

@ MA FYN BACH

Publicado em 12/06/2013 às 16:10

Temas: bicicleta de carga


 

Biclas de carga para todos os gostos

@ MA FYN BACH

Publicado em 11/06/2013 às 13:50

Temas: bicicleta de carga

Para quem desconhece o maravilhoso mundo das bicicletas de carga, eis um catálogo com links para o que existe em todo o mundo! (ponham o tradutor a bombar pois está em alemão)
 
AQUI

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Pedalar para o trabalho - infografia

@ MA FYN BACH

Publicado em 3/06/2013 às 10:28

Temas:

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/// 38º Encontro dos Urban Sketchers Portugal e passeio de bicicleta

rui henrique @ bicicleta voadora

Publicado em 29/05/2013 às 22:08

Temas: eventos


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Para ver os desenhos vá a Urban Sketchers Portugal
Os cadernos gráficos da oficina Devagar se Encaderna Longe foram todos vendidos em 5 minutos apenas.


 
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