Ciclovia na Av. da Liberdade - A análise holandesa

Pedro M. Fonseca @ Pedalar na Cidade

Publicado em 5/12/2012 às 15:45

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A Holanda é conhecida e reconhecida pela aposta na utilização da bicicleta como modo de transporte ideal dentro das cidades. No passado dia 17, estiveram em Lisboa dois representantes da Dutch Cycling Embassy, para uma conferência de partilha da experiência e conhecimento holandês no planeamento e gestão de tráfego direccionado à inclusão da bicicleta. Essa partilha foi feita através da coordenação de grupos de estudo de representantes nacionais de entidades interessadas.

Este é um documento muito relevante, dado que os especialistas mencionam erros já antes identificados pelos ciclistas e suas associações relativamente ao desenho e integração de ciclovias já construídas no espaço urbano pela Câmara Municipal de Lisboa (que esteve representada).

Abordo aqui especificamente críticas directas à solução encontrada para a inclusão das ciclovias na Avenida da Liberdade. Recorde-se aqui que essa solução já tinha sido criticada pela MUBi, crítica essa desvalorizada pelo Vereador dos Transportes, Fernando Nunes da Silva.

       Nota ao conteúdo da notícia acima linkada: O vereador não pode lavar as mãos da solução encontrada com o argumento "...é um problema entre duas associações". A discussão de diferentes opiniões e argumentos são naturais e desejáveis, mas é à Câmara Municipal que cabe tomar decisões fundamentadas com base nos seus próprios técnicos e pareceres. Se a CML optou pela solução de ciclovia no meio da avenida, partilhada com a faixa do BUS, é porque acredita ser a melhor opção e tem que o justificar.

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Proposta da CML para a nova configuração da Av. da Liberdade

E o que concluiu o grupo de estudo coordenado pela Dutch Cycling Embassy, quanto à solução proposta para a Avenida da Liberdade?

  • Que a solução BUS + BICI não é muito segura nem confortável para os ciclistas. Foi analisada a possibilidade de implementação de Pistas Cicláveis, mas verificou-se que, para serem implementadas, implicam a alteração do desenho da avenida, o que não é possível, dado ser uma zona de identidade histórica preservada. Essa solução não é, portanto, possível, pois resultaria num desenho deficiente e perigoso (ou seja, se não é possível fazer bem, não se faz). 
  • A hipótese de utilizar as faixas laterais em toda a sua extensão, é admissível, mas carece de estudo a forma como são feitas as intersecções nos cruzamentos. Neste caso, a via poderia ser bidireccional apenas para bicicletas, aproveitando uma das faixas que agora é atribuída a estacionamento.

Ou seja: A Ciclovia no centro da Av. da Liberdade não merece a aprovação de quem tem conhecimento e experiência, afigurando-se perigosa para os utilizadores.

Pretender a CML atirar os ciclistas à força para uma zona insegura é inaceitável. Mantendo-se a via central sem ciclovia, os ciclistas mais audazes poderão sempre lá passar. Mas certamente que quem é pouco confiante ou experiente tenderá sempre a usar as faixas laterais.

Apela-se portanto à Câmara Municipal de Lisboa que seja capaz de corrigir o erro e encontrar uma solução mais equilibrada com o objectivo proposto de facilitar a circulação de bicicletas neste eixo estrutural da cidade de Lisboa.

 

Pessoas não contam?

Pedro M. Fonseca @ Pedalar na Cidade

Publicado em 30/11/2012 às 0:50

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“Eu não odeio carros. É uma questão de equilíbrio. Até há uns anos atrás, as nossas ruas tinham o mesmo aspecto de há cinquenta anos. Não dá bom resultado manter algo inalterado durante cinquenta anos! Estamos a actualizar as nossas ruas para que reflictam a vida actual. E estamos a desenhar uma cidade para as pessoas e não para os carros.
Janette Sadik-Khan,  Comissária dos Transportes de Nova Iorque
Esquire, 2010
Tradução livre, da minha autoria.

Um dos problemas das intervenções rodoviárias na cidade de Lisboa é a diminuta relevância dada a quem circula nela a pé. Sabemos quantos automóveis entram e saem da cidade ou nesta e naquela avenida, todos os dias. Mas sabemos quantas pessoas passam a pé na Avenida da Liberdade? Quantas saem do Metro do Marquês? Quantas atravessam as passadeiras do Rossio? Quanto tempo demoram a fazê-lo? Qual a média de pessoas/dia no Jardim do Campo Grande?

Se a estatística dos movimentos de pessoas não é considerada nas decisões, como podem elas identificar e resolver verdadeiramente os problemas? Aliás, sem esse estudo, nem nunca chega a existir qualquer problema.

A grande maioria dos estudos nas cidades incide sobre o Tráfego automóvel, o que é sinal de que ainda não se percebeu que o paradigma mudou e que a nossa atenção não deve incidir sobre os automóveis, mas sobre o movimento das pessoas sem os mesmos. As notícias falam sempre em "milhões" quando se referem aos passageiros de transportes públicos, mas depois parece que a existência destas pessoas deixa de ser considerada, mal saem deles.

Ainda recentemente, ocorreu uma alteração drástica no Marquês de Pombal. Nessa intervenção, corrigiram-se finalmente erros crassos, como ser impossível atravessar a via pelo trajecto mais óbvio e curto, sendo obrigatório dar uma volta enorme, cheia de semáforos. Mas ainda assim, toda a estatística e toda a relevância noticiosa foi para o fluxo automóvel. Há agora todo o tipo de debate sobre quanto tempo se demora a passar na nova rotunda de carro, táxi e autocarro, mas nenhum sobre a perspectiva das pessoas a pé. Se o tempo de atravessamento automóvel tiver piorado um pouco mas o tempo pedonal tiver melhorado substancialmente, a intervenção pode ser considerada um sucesso.

Recomendo a leitura do artigo acima, com pontos muito interessantes, como a indicação de que quando uma praça é fechada ao trânsito ou este é severamente restringido e a área pedonal de qualidade aumenta, as pessoas rapidamente a ocupam e o comércio floresce nela.
 

Devolvam o trabalho às agências de marketing, senão é nisto que dá

@ Bicicleta na Cidade

Publicado em 22/11/2012 às 15:45

Temas: Bicicultura EDITORIAL Notícias e Reportagens

O que leva uma agência de marketing, aliás, uma agência de activação de marca, a lançar uma campanha intitulada “Devolvam a bicicleta ao Chinês”? O que à primeira vista parece ser uma iniciativa carregada de sentimentos altruístas, esconde uma verdade menos santa.

Fui levado pela curiosidade a espreitar a página criada no Facebook, com o mesmo nome da campanha, para perceber quem era o tal chinês, porque é que ele era importante e porque queriam devolver-lhe a bicicleta. Maior foi a minha curiosidade pelo facto de ouvir falar desta campanha através de pessoas que pouco ou nada estão ligadas ao meio das bicicletas, pessoas tão insuspeitas que o próprio conhecimento desta campanha levantava, sozinho, algumas suspeitas sobre as reais motivações da mesma. Já se sabe que as bicicletas estão na moda, mas deverá isso servir como justificação para tudo?

A tal página do Facebook revelou-me logo que nada disto existiria, campanha e fins altruístas, se o ciclista Eric Feng não fosse de nacionalidade chinesa. Eric Feng, nome que não revela tão facilmente o país de origem como outros substantivos chineses, percorreu 18 mil quilómetros de bicicleta entre o seu país e Portugal, com o objectivo de celebrar a memória de dois exploradores marítimos da história de cada um destes países e promover as energias não poluentes. À passagem por Sines roubaram-lhe o veículo, mas quem empreende uma aventura destas sabe, ou devia sabê-lo, que essa é uma possibilidade presente ao longo de todo o caminho. No entanto, talvez por maior desleixe ou relaxe associados à ideia de que estamos quase a chegar ao destino final, o que para uma mente cansada depois de tanto tempo passado entre destinos é um forte convite a “baixar a guarda” de vigilância constante, este incidente ocorreu só depois de Eric cumprir uma das metas a que se propôs – chegar à terra-natal de Vasco da Gama – e a insignificantes quilómetros do fim.

A campanha foi lançada no dia em que saiu a primeira notícia sobre a aventura de Feng na imprensa portuguesa, que foi também o dia em que o ciclista regressou de avião ao seu país. A página do Facebook está pejada de referências “ao chinês” e notas satíricas de erros fonéticos, a troca dos erres pelos eles, e trocadilhos com palavras chinesas que em português adquirem outro significado. Percebe-se assim que existe um argumento oculto poderoso por detrás da campanha, capaz de activar reacções no senso comum. A tal agência de activação de marca, responsável pela acção, estava com isto a activar motivos de cariz xenófobo que associamos à “marca” chinês. É um duro golpe de marketing, extremamente eficaz mas tremendamente errado na sua génese. Se o ciclista fosse, digamos, iraniano, não iria soar tão poderoso porque há menos referências culturais e as que temos poderiam levantar alguns problemas. “O chinês” tem uma inocência benévola acoplada, talvez fruto de mais anos de convivência com esse “outro” que, não obstante, serve para alimentar discursos de identidade cultural muitas vezes focados no binómio superior-inferior.

A história de Feng continuou com o apoio de um grupo de cicloturistas de Almada, que lhe deram guarida, emprestaram uma bicicleta e acompanharam-no até ao destino final – o Cabo da Roca. A solidariedade ciclista e a vontade de pedalar juntos nada têm que ver com a campanha que a tal agência criou, com o objectivo de enviar uma nova bicicleta e todo o tipo de folclore português para mostrar a Feng que somos, enquanto povo, uns gajos porreiros e não uma bandidagem organizada. A verdade é que se roubam bicicletas em todo o mundo, se este país fosse excepção é porque haveria algo de muito errado, ou muito certo, com as pessoas que o habitam.

De resto, quando a campanha conseguir devolver uma bicicleta a Feng, a probabilidade de que ela tenha saído inicialmente de uma fábrica na China, atracado num porto português e devolvida ao seu país de origem, é enorme. A bicicleta terá feito duas viagens iguais à de Feng com custos ambientais consideravelmente maiores, algo que o ciclista quis evitar na sua travessia.
 

De bicicleta na Rota da Seda

E. @ Planeta Q.I.

Publicado em 13/11/2012 às 23:45

Temas: aventura bicicleta Rota da Seda

 

“O carro roubou-me a rua”

anabananasplit @ b a n a n a l o g i c

Publicado em 8/11/2012 às 1:55

Temas: automóveis bicicletas mobilidade sociedade videos media reportagens

Esta peça emitida hoje no Jornal da Noite da SIC (aos 17min25s) é surpreendente. A começar pelo título. Não é todos os dias (nem todas as semanas ou sequer todos os meses…) que se ouve alguém a ousar criticar o papel do automóvel em Portugal.

Contudo, achei isto um bocado “morrer na praia”.

Para ilustrar este roubo da rua pelo carro, resolveram “mostrar-nos Lisboa através de duas perspectivas diferentes, a de um incondicional adepto da bicicleta, e a de uma adepta do automóvel”.

  • homem, 34 anos, vive sozinho e sem filhos a 4 Km/12 minutos do local de trabalho, no centro de Lisboa, vai de bicicleta, nunca teve carro e usa um esporadicamente (tipo 1 vez por mês), quando se justifica
  • mulher, 39 anos, com um filho, vive noutro concelho, do outro lado do rio, no Montijo, a ~45 minutos de carro / 90 minutos de transportes públicos, e “sempre teve carro”

O que é suposto tirar daqui, no fundo? Deste contraponto de ciclista urbano de 4 Km vs. automobilista inter-urbano de 40 Km?

Quantas pessoas vivem a 4 Km do emprego e vão de carro (e não de bicicleta, como o Miguel)? Não seria interessante mostrar um caso desses? Estou certa de que seria super-fácil encontrar carradas de exemplos… A nível europeu diz que 50 % das deslocações de carro na Europa são em distâncias de menos de 5 Km.

Quantas pessoas vivem a 30-40 Km ou mais do emprego e não vão de carro (ao contrário da Marta)? Não seria interessante mostrar um caso desses? Eu até conheço dois, um commute bicleta + autocarro Expresso entre Torres Vedras e Lisboa, e outro de bicicleta+comboio entre Alverca e Paço de Arcos.

Se a jornalista se lembrou de perguntar ao Miguel “nunca sentiu necessidade de ter um carro”, por que não lhe ocorreu perguntar à Marta se já ponderou não ter um carro (os táxis e os carros emprestados e as boleias de amigos ou vizinhos, etc, existem para as “urgências” que ela refere) ou tê-lo mas usá-lo menos?

Se a jornalista ouviu sem questionar a justificação do uso do carro pela Marta “para poder fazer as compras a caminho de casa”, e depois confrontou o Miguel com essa suposta dificuldade logística para um ciclista, por que não perguntar à Marta, que tem uma profissão sedentária (arquitecta) como é que ela faz para incorporar alguma actividade física mínima que seja no seu quotidiano?

Realmente interessante teria sido mostrarem 4 casos, urbano vs. inter-urbano e carro vs. não-carro. Mas enfim, de qualquer modo foi uma boa peça, com boas intervenções.

 

Só faltam as formigas!

E. @ Planeta Q.I.

Publicado em 7/11/2012 às 23:49

Temas: bicicleta picnic

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Ciclistas, de bestas a bestiais

@ Plano C

Publicado em 25/10/2012 às 10:44

Temas: bicicleta bikebuddy de lembrar entrevista MUBi Rodas de Mudança veloculture

Não sei se é por moda, se é pela crise, se é mesmo pela verdadeira importância do fenómeno, mas o que é certo é que a presença do tema "Bicicleta como meio de transporte" é cada vez mais recorrente na imprensa.

Desta vez foram a TimeOut e a Visão que, na mesma semana, dedicaram muitas páginas aos ciclistas, às lojas de bicicletas, aos blogs, às associações e iniciativas, etc, etc.

No que me toca, dois projectos em que estou envolvido foram referidos e deixo aqui o clipping para memória futura :p.

Velo Culture "Lisboa" (apaguei a parte da concorrência, ehehe :)

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MUBi - Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta. e o projecto Rodas de Mudança.

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Nesta página estão também o excelente projecto BikeBuddy, que permite que qualquer um comece a andar de bicicleta pela cidade disponibilizando todo o apoio necessário por parte de voluntários - basta entrar em contacto, e os blogs dos meus sócios do Porto, Um Pé no Porto e outro no Pedal do Miguel Barbot e o de bicicleta no porto do Sérgio Moura.
Para completar, o Lisbon Cycle Chic do Miguel Barroso e o nabicicleta do Paulo Almeida (de onde gamei este scan!).
Excelente página! :)


 

Um sábado ao sol, em trabalho - VeloCulture@Belém

@ Plano C

Publicado em 25/09/2012 às 16:07

Temas: bicicleta cidade foto Lisboa veloculture viver a rua

A convite da organização do 1º campeonato de Brompton em Portugal, pegamos nas nossas Bobbins, Wren, Olov, alguns selins e acessórios Brooks, nas jerseys, luvas e caps Le Coq Sportif, algumas revistas de culto, uns bonitos cestos e na nossa "clássica" secretaria e, depois de duas viagens, recriamos o estilo Velo Culture dos Anjos em pleno relvado em Belém, ao lado dos outros (poucos) stands.

Apesar da maior parte dos participantes do evento - a corrida! - se localizarem mais junto à tenda da organização, as nossas bicicletas coloridas a brilhar ao sol iam atraindo quem ali estava ou passava. 

Venderam-se alguns acessórios e revistas, demos a loja e a marca a conhecer, prometeram-se visitas, entregaram-se cartões de visita feitos à mão na hora e experimentaram-se bicicletas, sendo a Birdie amarela com o cesto de pesca a estrela da tarde. Aposto que há fotos de perfis de facebook com meninas de cabelos ao vento numa linda bicicleta amarela! ;)

Entretanto jogadores de bike polo e amigos, sobretudo do Rolha Cycling Club (que iniciavam ali um passeio até Telheiras onde foi comemorado o seu 1º aniversário - parabéns!!) foram chegando e tudo isto fez com que um cansativo dia de trabalho passasse num instante e o saldo profissional e pessoal fosse super positivo!

Também dinamizamos o bike polo com trajes "a la" antigamente, como se pode ver nas fotos.

Pelo meio experimentou-se uma tall bike e, eu, experimentei bike polo e gostei muito mais do que estava à espera! :)

Ah, ainda entregamos o prémio ao bromptoneiro mais bem vestido!

Alguns momentos do longo dia...


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Em trânsito.
Aviso: nenhuma bicicleta ficou magoada neste episódio!


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Descarregando o produto...

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Loja montada.

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Bobbin às cores.

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O estaminé completo

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(Não, nenhum destes móveis e afins foi comprado novo...)

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Selins de pele Brooks e Tabor.

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A estrela do dia!

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 A lufa lufa de uma loja...

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Miguel, o nosso técnico em pose centenária!

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Le Coq Sportif L'Eroica...

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The bike polo team.

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O Druída, a Rita e Bramble roxa

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Tall bike polo!

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Tall bike me! ou "César Cardinali" como alguém já me chamou ao ver esta foto.


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Um quadro ligeiramente oversized...
(sim, precisei de ajuda para iniciar a marcha)

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Tocou a todos! Aqui o técnico à frente do estaminé...

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Amigos, amigos e clientes... 

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O sócio com uma Tall bike and tall hat! 

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A entrega do prémio da Velo Culture ao ciclista-dobrável-mais-bem-vestido.


Foi um dia de verão no primeiro dia de Outono.
 

O filme à procura de um lugar para estacionar

mmmim @ I Bike Lisbon

Publicado em 17/09/2012 às 8:34

Temas: as seen on streets learning

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IX Pedala todos os dias...

mmmim @ I Bike Lisbon

Publicado em 16/09/2012 às 13:45

Temas: as seen on streets

Porém que fique claro que não somos, aqui, contra as ciclovias, nem contra aqueles que só pedalam por recreio, tampouco contra quem só pega na bicicleta para tirar fotografias. ;-)

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