VIII Pedala todos os dias...

mmmim @ I Bike Lisbon

Publicado em 16/09/2012 às 12:59

Temas: as seen on streets Cities+Places

A conquista de território e de condições de segurança para a utilização da bicicleta como meio de transporte nas cidades pode processar-se mais lentamente se for conseguida apenas à força da presença de ciclistas e de bicicletas. A luta diária no meio dos veículos motorizados não é doce como um passeio de bicicleta pelo parque. Mas a presença de ciclistas nas ruas fará, porventura, muito mais por esta modalidade de transporte, do que ficar "à espera do melhor que já não vem" ou tarda muito a vir dos gabinetes do poder local e/ou central.

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A indução de tráfego de velocípedes pode não ser tão visível e contundente como acontece sempre que se viabiliza ou facilita o tráfego motorizado em alguma zona, em alguma via. Não basta abrir uma ciclovia de nenhures para lado nenhum... Uma utilização eficaz da bicicleta como meio de transporte utilitário em Lisboa passará sobretudo por circular na estrada.

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E enquanto não forem criadas, por outros meios físicos e/ou legais, as melhores condições para a sua utilização, o melhor que podemos ir fazendo, a par com as acções junto dos orgãos do poder, é continuar a pedalar.
Ainda que lentamente, esta espécie de "indução embrionária" de tráfego de bicicletas, acontece: quanto mais bicicletas circularem no dia-a-dia em Lisboa, mais bicicletas circularão.

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É daí que provém a importância de mostrar que há cada vez mais bicicletas nesta cidade. Para que quem nos vê não tenha tantas dúvidas nem receios de que é possível.

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VII Pedala todos os dias... e torna a cidade mais ciclável!

mmmim @ I Bike Lisbon

Publicado em 15/09/2012 às 0:10

Temas: as seen on streets

O que torna esta cidade mais ciclável são as pessoas que pedalam nela todos os dias.

À semelhança do caminho que se faz caminhando, as "ciclovias" fazem-se pedalando.

ptd76.JPG Belém.

ptd88.jpg Porto de Lisboa.

ptd92.jpg Terreiro do Paço.

ptd80.JPG Bairro Alto.

ptd82.jpg D. Filipa Vilhena.

ptd99.jpg Defensores de Chaves.

ptd93.jpg Parque das Nações.

ptd98.jpg Parque das Nações.

ptd89.jpg Parque das Nações.

ptd96.jpg Av Roma.

ptd104.jpg Av. Roma.

ptd103.jpg Av. Roma.

ptd101.jpg Av. Roma.

ptd105.jpg Roma-Areeiro.

ptd102.jpg João XXI.



 

O elefante na sala

anabananasplit @ b a n a n a l o g i c

Publicado em 12/09/2012 às 9:08

Temas: bicicletas insólito mulheres sociedade videos bicicleta mobilidade

Esta peça jornalística de um canal de televisão australiano mostra bem o problema grave que enfrentamos ao tentar melhorar as nossas cidades:

É muito fácil atacar e censurar a minoria. Dava muito mais trabalho e dores de cabeça mostrarem-se chocados pelo excesso de veículos automóveis no centro das cidades ou pelo excesso de velocidade destes, que são a origem deste “grande perigo” a que esta gente acha que esta dupla ciclista mãe & filha se está a expôr de forma “irresponsável”.

Curioso que, para eles, a irresponsabilidade não é de quem põe os outros em perigo ou das autoridades que permitem que tal aconteça, mas de quem, por uma razão ou por outra, se expõe de forma mais vulnerável ao perigo causado pelas acções dos outros.

Inenarrável é ainda aquela cena imbecil do teste de colisão do atrelado e comentários associados. Uma colisão a 60 Km/hora naquelas ruas? Really?  Então devem achar os peões outros irresponsáveis…  Qualquer pessoa que ande na rua sem uma carapaça de metal, exposta a veículos desgovernados está a arriscar a vida de uma forma inaceitável ao ponto de dever ser ilegalizada….

A escolha dos comentadores, que não incluiu ninguém que efectivamente compreenda o que é andar de bicicleta na cidade, ou as questões de segurança rodoviária relevantes para o caso, é chocante.

Para algo tão tremendamente perigoso, não deixa de ser no mínimo intrigante que esta mulher o faça há 5 anos sem problemas a assinalar… Confundem perigo com risco.

Esta mentalidade é a mesma de quem acha que a culpa de uma mulher ser violada é dela própria. Para esta gente, esta mulher que opta por um meio de transporte saudável e sustentável num meio urbano, dando um bom exemplo aos seus pares e à sua filha, está a “pedi-las”.

Não é estranho que isto seja num país onde implementaram a obrigatoriedade do uso do capacete. Agora estão todos muito melhores, não morrem poucos de acidentes de bicicleta, morrem muitos de doenças associadas ao sedentarismo e à obesidade e em acidentes de automóvel.

*sigh*

 

Ciclistas e comboios, uma união natural

@ Plano C

Publicado em 27/08/2012 às 10:03

Temas: bicicleta cicloturismo cidadania foto mobilidade


Um(a) ciclista (que usa a bicicleta como meio de transporte), ao contrário do que muitos pensam, não é um herói, muito menos tolo.
Como não é nenhuma destas coisas, usa outros meios de transportes combinados com a bicicleta, aquela coisa de que tanto gosta e tenta usar sempre, a sua bicicleta.

Ora, o comboio é o seu meio de transporte preferido. Confortável, previsível, espaçoso e etc (juntar todas aquelas caraterísticas que gostam) .

Acontece que hoje em dia, e apesar de a CP dizer que se pode transportar a bicicleta gratuitamente em todos os comboios urbanos e regionais, é muito complicado combinar estes meios, sobretudo nos comboios que por vezes circulam nas linhas regionais por esse país fora.

Mas complicado como?
Imaginem que planeiam uma viagem de bicicleta de meia dúzia de dias e que em alguns troços o comboio é o meio escolhido (por comodidade, por ser um troço sem interesse para pedalar, para uma ligação direta para a zona para onde se pretende pedalar, etc). Chega o comboio, por sinal o único naquelas horas e o revisor não aceita a bicicleta por alegada falta de condições... por vezes no meio de nenhures. A situação atuam é esta. A CP diz que sim, faz publicidade, mas deixa a ultima palavra para o revisor e aqui temos que lidar com a personalidade de cada um destes funcionários, à sorte, uns compreensivos, outros receosos (pela segurança, essa coisa que quando dá jeito tem uma importância suprema!!), outros desenrascados, etc, etc...

No final do mês passado, eu e a minha família viajámos assim, num comboio regional, aqueles onde se pode transportar bicicletas...

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Tivemos "muita sorte", pois o revisor começou por dizer que não nos levava...

Com as condições para o cicloturismo em Portugal são excelentes (escala, estradas secundárias, aldeias, paisagens, algumas infra-estruturas/ ciclovias, clima, etc, etc) o comboio assume uma importância ainda maior e é vital para o cicloturismo (quiçá para a própria empresa, a CP) que estas condições melhorem substancialmente, aliás, como já aconteceu por toda a Europa, onde o comboio tem uma vitalidade brutal e serve realmente os cidadãos (incluído ciclistas!).

Para tentar mudar alguma coisa a MUBi criou uma petição para a administração da CP e rogo-vos que a assinem, mesmo não sendo ciclistas, pois seriam melhorias que só beneficiam o nosso país e as nossas vidas.
Ver aqui.
 

Militância Altiva

@ Bicicleta na Cidade

Publicado em 20/08/2012 às 13:52

Temas: Bicicleta e Acessórios Bicicultura Jornal Pedal

Texto originalmente publicado no Jornal Pedal nº 4, de Abril 2012. A edição de Agosto já está online e a circular pelas ruas. Esta quarta-feira vai para o ar mais uma emissão do Pedal de Prata, em directo às 22h.
 
Há uns anos atrás, não muitos, os poucos ciclistas urbanos que circulavam pelas ruas de Lisboa sentiam-se estranhos e mal-amados na maioria das lojas de bicicletas. Simplesmente porque tinham a sensação de estar a entrar num espaço onde o valor do seu veículo só encontrava paralelo no preço das barras energéticas ou das câmaras de ar, o que era no mínimo desprestigiante.

É normal, senão inevitável, o ciclista que começa a andar pela cidade tornar-se um militante da causa. Simplesmente porque é difícil ignorar as dificuldades que se lhe colocam a cada pedalada ou mesmo quando, já desmontado da bicicleta, procura estacionamento, apesar de o mobiliário urbano, quando bem explorado, oferecer soluções interessantes. O que não se esperava, à partida, é que este visionário do velocípede fosse alvo de chacota nas lojas que deviam existir para o servir.

À falta de alternativas, e tal como para outros desafios que a cidade exibe, o ciclista urbano aparenta ter desenvolvido uma defesa pessoal com laivos de altivez para enfrentar o ambiente potencialmente hostil que têm as lojas de bicicletas especializadas em vender material desportivo da era espacial. É essa atitude que o reveste de uma camada protectora contra a cavaqueira, a laracha e o desprezo de que pode ser vítima num espaço tão afastado das suas necessidades, que são básicas.

Consegue-se vislumbrar essa altivez quando o ciclista, feito militante, se dirige a quem o atende na loja dizendo: “mas, sabe, este é o meu meio de transporte diário”. Este charuto? Poderá pensar o mecânico. Mas a qualidade do material costuma importar-lhe na proporção inversa – menos é mais, pior é melhor – e altivez serve um propósito, senão vários.

O que o militante altivo pretende transmitir com a sua frase-chave é a ideia de que se vê forçado a abdicar de um elemento essencial à vida como água, muito embora, mais do que se tratar de uma forma de pressionar quem o atende a servi-lo depressa, o militante altivo quer acima de tudo deixar claro que ele anda de bicicleta pela cidade e que é de facto naquele chaço que se desloca para ir trabalhar. Isto é militância altiva, a fazer campanha para que as lojas o sirvam melhor, para que o ciclista urbano deixe de se sentir estranho num espaço onde o grama é a unidade de medida oficial, para que lhe vendam peças baratas e para que não tenha que substituir a roda por uma nova sempre que se parte um raio.

Há ciclistas que não dão uma pedalada sem ter a certeza de estar tudo bem afinado e limpo e há quem marimbe tanto para tudo isso que continua a pedalar para lá do razoável, desafiando a longevidade dos materiais. Pelo meio há uma diversidade de graus e combinações possíveis destes dois extremos – o da picuinhice e o do desleixo. O militante altivo pode ser qualquer um desses ciclistas porque o que o distingue é a forma como se relaciona com a bicicleta independentemente do seu valor – é um objecto que vale mais pelo que representa do que pelo que anda, desde que ande sempre.

O militante é altivo porque nada é superior a isso. “Digam as facécias que quiserem sobre mim e o meu veículo, o que eu quero é tê-lo pronto amanhã sem falta porque, sabe...este é o meu meio de transporte diário.”
 

Comparando algumas cidades belgas com as cidades portuguesas

@ Uma bike pela cidade

Publicado em 19/08/2012 às 15:34

Temas: Bicicultura Bélgica Instantaneos

Em viagem pela Bélgica, visitei algumas cidades e deixo algumas considerações sobre a situação ciclística nesse país:

Gostei bastante de Antuérpia no que toca ao transito, em especial a ausência dele. Muitas das ruas estão preparadas para as bicicletas e para os transportes públicos, excelente cidade para passear sem o caos de transito típico de Portugal.

  Antuérpia


A cidade de Gent é outra cidade preparada para as bicicletas onde é um prazer passear. Os estacionamentos juntos às 2 estações ferroviárias são enormes e lembram o gigantesco estacionamento à porta da estação de comboios da cidade de Amsterdam:

Estacionamento Gent junto à estação ferroviária

Outro estacionamento em Gent

E mais outro estacionamento


Adorei o transporte turístico na cidade de Gent feito por condutores vestidos a rigor:

Transporte turístico em gent

Transportando crianças:

Instantâneo no centro de Gent

Assim, sim! Sem transito:

Centro de Gent sem carros


Já na capital belga tive esta surpresa vergonhosa para Portugal: em cima do passeio:

Em cima do passeio

Condutor português exibindo a sua cultura no estrangeiro
 

Sem foto! Chato.

@ (I) Mobilidade

Publicado em 9/08/2012 às 15:56

Temas: Bicicultura pedalar na cidade segurança

O (I)Mobilidade está de volta. Após um longo período sem escrever, por aqui apenas, volto para fazer uma limpeza na casa, retirar umas teias de aranha que espalharam-se pelos cantos e deixar por cá mais um pouco do que vejo, leio e ouço, ou oiço, como queiram.

Tenho pedalado constantemente, quase que diariamente (em julho foram mais de 650 km). Como moro próximo de onde trabalho (ou estudo, depende da interpretação do que é um doutoramento) vou e volto sempre a pé, então não tenho pedalado como "commuting". Para sair para mais longe, como estamos(estávamos) em dupla, utilizo outro par de rodas, meu segundo veículo.

Mas vamos ao que conseguiu quebrar a, minha, inércia e trouxe-me aqui. Tenho lido bastante, escrito um pouco menos, e, quando escrevo, é num formato “mais sério”. Até mesmo aborrecido mas que mostra, a mim ao menos, a importância de ser comprreendido por quem lê o que escrevemos. Como não sabemos quem irá ler, temos que pressupor e ter consideração por todo tipo de leitor. Portanto nossa escrita deve ser clara e cuidadosa. Revelar o que queremos, ou devemos, contar.

 – PARA. Volta ao assunto!

Bem, o asunto é o seguinte: li na lista da Massa Crítica – (no facebook - Portugal), uma referência a esta notícia (http://www.menosumcarro.pt/2012/07/20/conheca-as-10-dicas-para-pedalar-em-seguranca-na-cidade/) que está no site Menos um Carro (menosumcarro.pt). Este site é;
"Um projecto que se traduz num Movimento a favor de uma mobilidade mais sustentável. O objectivo consiste em convidar cada pessoa a repensar a necessidade de utilização de viatura particular na cidade, dadas as alternativas e argumentos assentes na sustentabilidade. Cada um deverá desejar ser Menos Um Carro! Porque é um Ser mais consciente. Mais cívico. A ideia nasce na CARRIS, empresa de transporte colectivo de passageiros que serve a Grande Lisboa, e intui uma sinergia de esforços, …” 

Embora promovido por empresas de transportes públicos (Carris e Metropolitano de Lisboa) tem um canal de notícias muito mais amplo em questões de mobilidade. O que é louvável. O problema é que quando a notícia não tem a assinatura de quem escreveu, o que mostra ao leitor o responsável primeiro pelo que lá está, voltamos nossa atenção àquele que dá o espaço para a notícia. Eu sei, sou um chato. Se você leu a notícia, muito provavelmente não percebeu nada de grave. Realmente não tem nada muito grave. O problema consiste em não contar, ou escrever, as coisas claramente.

Digo isto porque a partir da primeira frase da notícia, precebe-se duas coisas: a pessoa, ou pessoas, que escreveu (escreveram) não anda (andam) de bicicleta; e a escrita foi descuidada. Cito a primeira frase
"Ao contrário do que se possa pensar, andar de bicicleta na cidade nem sempre é uma tarefa fácil, pois requer alguns cuidados."

 Entenderam o que quer dizer esta frase? Afinal é fácil, ou não, andar de bicicleta na cidade? Se partirmos da ideia generalizada de quem não anda, e é fácil identificar esta com o conceito de que é quase impossível andar de bicicleta na cidade, o que está escrito se contradiz. Por outro lado, se quem escreveu andasse mesmo, saberia. Quem anda de bicicleta pela cidade sabe que é fácil. Requer, pois, alguns cuidados. Tantos quantos andar a pé ou em qualquer outro meio de transporte.

Outra ponto importante quando escrevemos é não modificar, mesmo que pouco, o teor do que foi escrito no original. Se você não cuidar do que escreve pode mudar o entendimento geral sobre o que referenciou em sua escrita. Não que o original deste caso seja perfeito, mas pelo menos foi escrito por quem conhece a realidade de andar de bicicleta na cidade, mesmo que seja uma realidade um pouco diferente da nossa. 

Quero deixar claro que minha intenção é a de brincar com os textos, e consequentemente com o entendimento que os leitores podem fazer dele. Louvo todas as atitudes em prol de uma mobilidade centrada nas pessoas, e não nos carros. Fazer com que o ato de “ciclar” seja seguro para todos, principalmente aos próprios ciclistas e aos peões (pedestres) que são os elos mais vulneráveis desta corrente chamada trânsito, deve ser parte da preocupação de todos. Minha, sua, e principalmente dos políticos e autoridades competentes que devem legislar, promulgar leis, fiscalizar o cumprimento e por fim multar e punir aqueles que as infringem.

Dito isto, vamos aos textos. Em vermelho está o texto do “Menos um carro” e em amarelo o texto (original) do “Eu vou de bike”.

"Para garantir a segurança dos utilizadores de bicicleta na cidade, o blog brasileiro “Eu Vou de Bike” compilou uma lista com 10 dicas preciosas."

"Ao longo das próximas semanas, vamos compilar aqui no Eu Vou de Bike uma série de dicas que já publicamos ao longo de quase dois anos de blog. Nesta segunda, vamos dar algumas dicas de segurança para pedalar nas grandes cidades com mais tranquilidade. Veja as dicas abaixo e deixe suas sugestões nos comentários!"

Perceberam que quem compilou uma lista com 10 dicas foi o "Menos um carro"? Agora as dicas:

1. Assegure-se que é visto pelos automobilistas. Durante o dia, utilize cores vibrantes como amarelo, vermelho ou laranja na sua bicicleta – é uma forma de ser identificado facilmente. No período nocturno, procure utilizar a cor branca, além das fundamentais iluminações dianteiras e traseiras e dos reflectores obrigatórios.
- A primeira dica ao pedalar no trânsito é ter certeza de estar visível aos motoristas. Durante o dia, utilize cores vibrantes como amarelo, vermelho ou laranja. No período noturno, procure utilizar a cor branca, além das fundamentais iluminações dianteiras e traseiras e dos refletores obrigatórios.

Ser visível é importante, mas cores vibrantes e "na sua bicicleta"?

2. “Pedale defensivamente, mas nunca timidamente”. Adopte uma postura ostensiva, de modo a transmitir segurança aos automobilistas à sua volta. 
- Pedale defensivamente, mas nunca timidamente. Você deve sempre ter uma postura ostensiva, de modo a transmitir segurança aos motoristas à sua volta. Com isto, você os ajudará a antecipar as suas intenções de percurso, deixando-os confortáveis em dividir a rua com você.

Está é difícil de perceber. Pedale defensivamente. Muito bom, tanto pedalar, como andar e até mesmo conduzir deve-se fazer defensivamente, ou seja, deve-se antecipar toda acção que possa trazer perigo a si e aos outros. Como é pedalar timidamente? Fiquei em dúvida se é as escondidas... Por fim uma postura ostensiva. Ostensiva? Como um único ciclista pode ser ostensivo? E como ser "ostensivo" pode transmitir segurança aos condutores e motoristas? "Deixando-os confortáveis"... Realmente difícil de compreender. Ficava mais fácil dizer para pedalar defensivamente e seguro dos seus movimentos, não mudar de direcção abruptamente ou sem sinalizar. Enfim...

3. Observe atentamente o comportamento dos automobilistas e procure manter uma distância suficiente para não ser surpreendido com, por exemplo, uma porta que se abre repentinamente.
- Observe sempre o comportamento dos motoristas, inclusive os estacionados, e procure manter uma distância suficiente para não ser surpreendido com uma porta que se abra repentinamente e que possa atingir sua bicicleta.

Não sei se foi uma economia de palavras, ou se quem escreveu o texto (em Portugal) pensa que os automobilistas abrem as portas em andamento.

4. Fique atento aos três principais erros dos automobilistas: virar à esquerda repentinamente quando é seguido por um ciclista; desobedecer aos sinais de trânsito, sendo o mais comum ultrapassar no sinal vermelho; ultrapassar um ciclista para imediatamente virar à direita.
- Você deve ficar atento e evitar os três principais erros dos motoristas, a saber: virar a esquerda na frente a um ciclista que seguirá reto; desobedecer aos sinais de trânsito, sendo o mais comum ultrapassar no farol vermelho; ultrapassar um ciclista para imediatamente fazer uma conversão a direita.

Serão estes os principais erros dos automobilistas? Mas vamos lá. O primeiro. A versão brasileira deveria ter acrescentado que o ciclista vem em sentido contrário, só assim faz sentido já que é normal o ciclista estar à direita e atrás do carro e não à esquerda e a ultrapassar o carro (a menos que o carro tenha enconstado à direita para virar à esquerda, confuso mas acontece). Já a versão portuguesa omitiu o "seguirá reto" e ficou ainda mais difícil de entender. Se o carro está a frente do ciclista e vira à esquerda o que tem o ciclista, que está atrás do carro, com isso? Será que apanhará um susto? O segundo. "Desobedecer os sinais de trânsito", no Brasil pode ser "o mais comum" ultrapassar o sinal vermelho, mas por cá este erro não é comum, sendo mesmo raro nos cruzamentos, mas nunca se sabe ... O último erro mencionado é clássico e comum à maior parte dos condutores, haja visto o que aconteceu em Londres (com a devida troca de lados) . Neste caso, só mesmo pedalando defensivamente e com muita atenção aos automobilistas.

5. Esteja atento a todos os sinais sonoros. Por isso, evite pedalar com os fones no ouvido, principalmente se existir muito trânsito. 
- Seus ouvidos devem ser utilizados como um verdadeiro “detector de perigo”. Para isto, evite pedalar com fones de ouvido, principalmente se o tráfego estiver intenso.

Gostei mais da versão portuguesa. Se for pedalar com auscultadores (fones de ouvido), tenha o volume baixo, que permita escutar, além da música, o som do trânsito.

6. Dê a conhecer aos automobilistas as suas intenções. Use o braço esquerdo (com o dedo apontando para baixo) para indicar que vai virar à esquerda. 
- Sempre que você sinaliza suas intenções, você ganha a confiança dos motoristas. Use o braço esquerdo (com o dedo apontando para baixo) para virar a esquerda. A palma da mão voltada para baixo significa que você vai frear.

Confesso minha ignorância, braço esquerdo com o dedo apontado para baixo indica que vou virar à esquerda? Palma da mão virada para baixo, vou travar? Concordo com a versão portuguesa que diz "dê a conhecer as suas intenções" é realmente mais seguro para si, já não sei se ganho "a confiança dos motoristas" com isso.

7. Durante a viagem de bicicleta não pegue, com a mão direita, numa garrafa de água . Pois, se precisar de parar de repente, só poderá fazê-lo com a mão esquerda, travando apenas a roda dianteira e aumentando as possibilidades de sofrer uma queda.
- Uma dica aparentemente “boba” mas que acontece com uma grande frequência: jamais pegue a garrafinha de água com a mão direita. Desta forma, se precisar frear de repente, o ciclista o fará com a mão esquerda, freando apenas a roda dianteira, aumentando as chances de uma queda.

Esqueceram-se das bicicletas sem travão (fixas) e das bicicletas com os travões trocados. Mas é sempre bom tomar cuidado com o travão da roda dianteira, principalmente se o piso estiver escorregadio.

8. Se o trânsito estiver parado, siga em frente, mas com cuidado.
- Se o trânsito estiver parado, vá em frente com cuidado.

Parado como? Esta dica está mais para "ande sempre com cuidado" e pronto.

9. Se preferir ir a pé, coloque a bicicleta junto a si.
- E se estiver melhor para ir a pé, pare a bicicleta e vá a pé, conduzindo a bike junto a você.

Não sei onde colocaria a bicicleta quando a levo pela mão. Realmente...

10. Procure não circular perto de um autocarro ou camião.
- Procure não trafegar junto a ônibus ou caminhões. 

Faltou uma condição muito importante nesta dica. "Procure não circular NO PONTO CEGO de um autocarro ou camião". Se está a pedalar no trânsito, tanto os camiões quanto os autocarros fazem parte dele, sendo muitas vezes mais seguro estar perto de um autocarro da Carriz do que de muitos taxis cá por Lisboa.
Estas dicas que seguem foram "esquecidas" na versão portuguesa.

- Não dispute espaço, evite ficar inesperadamente entre veículos e procure pedalar sempre onde possa ser visto. 
JAMAIS: 
- pedale na contra-mão; 
- fique entre ônibus ou, pior, caminhões; 
- pedale muito próximo do meio fio; 
- brigue, xingue ou entre em discussões no trânsito. 
CUIDADO: 
- com pedestres em geral; 
- quando o trânsito começa a se movimentar; 
- com motociclistas apressados.

A minha conclusão é a de que fiquei chato, muito chato, com este negócio de escrever. Ainda mais quando não tem fotos. Talvez seja a idade …
 

O primeiro desejo para a lista de Natal

E. @ Planeta Q.I.

Publicado em 31/07/2012 às 21:27

Temas: bicicleta

Muito antes da chegada da Popota e da avestruz cujo nome me escapa, eis o primeiro item da minha "wish list" deste Natal.
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Momentos

@ Plano C

Publicado em 20/07/2012 às 14:45

Temas: bicicleta cidade foto long-tail vida viver a rua

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Parque das Conchas. Amigos, crianças, frango e batatas-fritas. Acompanhou com bicicletas (Telheiras-Conchas-Telheiras).

Adultos a pedalar: 3
Adultos que não pedalavam há anos: 1 (com sensações (quase novas) de liberdade!!)
Crianças a pedalar: 3
Crianças à pendura na bicicleta longal: 2

PS: Inclui banho quase integral do Afonso (que tanto brincou que caiu lá dentro duas vezes) e da Joana (empurrada pelo Afonso). Na foto pode ver-se o Afonso em cuecas (encharcadas) e e a mãe a torcer a roupa! :)
 

Três triciclos

mmmim @ I Bike Lisbon

Publicado em 18/07/2012 às 18:56

Temas: as seen on streets bike to work

Os triciclos de adultos são cada vez mais populares e à medida que a quantidade de bicicletas a circular em Lisboa aumenta, aqueles que, por algum motivo, não podem pedalar nas duas rodas, descobrem no triciclo ou tricicleta a solução procurada.
Apresento aqui três exemplos vistos na rua. Não são todos de ou em Lisboa, mas não andam muito longe e são, claramente, três soluções idênticas para três "problemas" diferentes.

Nos arredores de Lisboa, numa aldeia do concelho de Vila Franca de Xira, a senhora do triciclo já é conhecida de todos.
Só o facto de alguém se deslocar à força das pernas e dos pés nos pedais naquele lugar da serra, onde para chegar, seja por norte ou por sul, é preciso ser um daqueles trepadores que ganham o maillot à pois, já é surpreendente!
Esta senhora, porém, descobriu que um triciclo, com uma jeitosa capacidade de carga, era tudo o que precisava para os seus afazeres do dia-a-dia, entre as hortinhas que cultiva e a sua casa. Dá ainda para ir descansadamente à mercearia vende-tudo, ao café, ao multibanco, ou à escola buscar o net.
Não há pressas!

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Continuando com as senhoras primeiro e agora noutra realidade urbana, também encontrei esta senhora a pedalar o seu triciclo junto ao rio Tejo ali no Parque das Nações Norte. É ideal para passear, ou para ir até ao centro comercial fazer umas compras. Não saber andar de bicicleta ou já não ter a destreza da juventude não é, como se vê, motivo para não adoptar uma "cena a pedais" como meio de transporte económico, ecológico e eficiente.
Ah! E chique! ;-)

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O triciclo é ainda uma solução a considerar para pessoas com mobilidade reduzida ou portadoras de algum tipo de deficiência que, contudo, não as impeça de pedalar. É o caso do senhor que se segue. O triciclo é o seu meio de transporte para o trabalho e por vezes no trabalho, já que utiliza o "balde" para transportar as ferramentas de jardinagem. A paralisia cria-lhe dificuldades na fala, prende-lhe os movimentos, desequilibra-lhe a locomoção, mas no triciclo, ao seu ritmo, não é raro vê-lo a 10 ou 15 km de Santa Iria onde reside!
O triciclo que pedala não é de origem, foi montado e adaptado com partes de bicicletas velhas e com a ajuda do mecânico lá do bairro. Bem que gostava de ter um a motor, que bem sabe que os há, mas são demasiado caros para as suas capacidades financeiras.

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Os triciclos são fáceis de encontrar à venda. Em certas épocas até as grandes superfícies de supermercado os comercializam. Mas, certamente, com mais qualidade, é possível encontrá-los também em algumas grandes superfícies de desporto. E não se escondem sequer na montra das lojas especializadas em bicicletas.
Para não fazer publicidade directa no artigo, deixo a sugestão para partilhar essa informação nos comentários, se alguém perguntar.

Nunca é tarde para se andar de triciclo! E se por algum motivo não puder ir de bicicleta, lembre-se que há o triciclo! :-)

 
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