Publicado em 15/05/2021 às 15:35
Temas: bikepacking viagem volta a Portugal
A manhã do último dia começa em algumas das estradas onde eu mais evitaria pedalar em Portugal. As nacionais ao redor de Sines. Sem bermas, sempre com trânsito relativamente denso e rápido, e com malta que ultrapassa as bicicletas de qualquer maneira. Um TIR passou a milímetros do meu guiador e o Dentuça chamou-lhe nomes que eu nem sabia existirem. Este percurso foi tanto mais inglório porque eu fui mesmo obrigado a voltar para trás. Eu explico: há poucos anos algum iluminado resolveu caçar uns votos "inaugurando" uma autoestrada nesta zona, ou melhor, mudando o nome à antiga estrada de duas faixas por sentido que vinha para Sines, e com a alteração, para sempre banindo os velocípedes de ali circularem.
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Por aqui? |
Embora tudo indicasse o contrário, eu estava convencido que existiria um caminho para Norte para bicicletas, passando por Sines, mas evitando a dita A26, e o GPS, por uma vez, concordava comigo. O que eu não contava era com o que seria preciso para sair dali sem usar a dita nova "autoestrada". Para o GPS um caminho é um caminho. Mas eu é que tenho que lá passar!
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Por aqui?? |
Primeiro tive de usar uns acessos a um estacionamento, depois tive de contornar por trilhos a refinaria e os depósitos de hidrocarbonetos de Sines. Mais tarde andei mesmo no meio do mato, usei umas estradas de acesso para trabalhadores da refinaria e depois de circular numa linha férrea encerrada, lá encontrei uma saída para uma estrada nacional que seguia para Norte.
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Por aqui! |
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Hum... |
Cheguei sem muitos incidentes a Troia, mas sempre debaixo de imenso calor. O trânsito cada vez mais intenso e os condutores que desprezam a vida dos outros vão tirando alguma piada a circular por estas bandas. Nesta altura ainda faltavam duas travessias de ferry e mais de 40Km para eu chegar a casa, mas eu sentia que era já mesmo ali ao lado.
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No Ferry |
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Pronta para os últimos Km |
Não era. No Ferry para Setúbal vimos golfinhos e a criançada a bordo correu para ver os simpáticos animais, que pareciam saudar a nossa passagem. Foi um momento de serenidade, que não me preparou para o que viria a seguir. A subida à saída de Setúbal fui brutal. Pouco depois encontrava um trânsito absolutamente infernal entre Setúbal e Almada, em hora de ponta e debaixo de um calor abrasador. Filas e filas de transito caótico, os paquidermes metálicos enfurecidos, que eu contornava e deixava para trás, apesar do cansaço dos mais de cem quilómetros nas pernas.
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De maneiras que foi isto |
Suponho que não poderia ser de outra maneira, haveria esforço até ao fim. Em Almada tive de correr para o barco. Uns minutos depois estávamos a ser libertados na outra margem, no Cais do Sodré. O Dentuça exclamou um sentido "I'm back, bitches!" mas a euforia durou-lhe pouco. A rolar lentamente numa Marginal repleta de carros, uma certa melancolia pareceu instalar-se. Parecia incrível estar de volta, mas era verdade, ali estávamos nós, 23 dias e 1900Km depois, practicamente de volta ao ponto de partida. No ar andava uma pergunta, pesada, inevitável, incontornável. "E agora?"
Para libertar a mente destas questões fracturantes, comecei a assobiar o tema de Lucky Luke, como tinha feito em tantos outros finais de dia, nas semanas anteriores. Depressa o Dentuça me acompanhou e juntos cantarolamos pela estrada fora, enquanto mergulhávamos cada vez mais no caos do fim do dia do Isaltinistão.
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Km finais: 1909 |
Publicado em 14/05/2021 às 14:35
Temas: bikepacking viagem volta a Portugal
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Porto Covo |
Olhando o mundo azul à minha frente, penso em todos os sítios por onde andamos nas últimas semanas. Do profano ao sagrado, da grande urbe ao parque natural, do litoral ao interior, o Dentuça e eu vagueamos ao nosso ritmo e ao sabor do vento, por algumas das mais belas estradas do nosso país.
Esta manhã tomámos um descansado pequeno almoço em Lagos. Mas o ambiente turístico do Algarve não me convence. As pessoas dos hotéis e restaurantes do Sul parecem demasiado mercenárias. A moça do alojamento de Lagos, depois de me fazer esperar uma boa meia hora, fez o equivalente a atirar as chaves para o chão e dizer "desenrasca-te, eu tenho que voltar para a praia". As boas gentes da N2 deixaram-me talvez mal acostumado.
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Dizem que havia um pessegueiro na ilha |
O vento sopra do mar, e na tranquilidade daquele miradouro de Porto Covo, com a barriga cheia de piza obtida ali ao lado, em Vila Nova de Milfontes, eu sei que tudo está prestes a acabar. Toda esta liberdade, esta alegre vagabundagem, vai ter mesmo um fim. Mas estou em paz com essa ideia. E isso será outro dia, por hoje tenho esta paisagem. E a brisa que sopra. E um mar de recordações.
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Isto é capaz de não ser normal |
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Porto Covo |
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Casa, por hoje |
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Vila Nova de Milfontes |
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Rio Mira e o Mar, em Milfontes |
Dia 22. Lagos-Porto Covo. 112 Km. (Estrada)
Publicado em 13/05/2021 às 17:02
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Mais um parque de merendas |
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Puro Algarve |
Publicado em 12/05/2021 às 20:24
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Amanhece no Torrão |
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N2 rumo a Faro! |
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Mais um excelente parque de merendas |
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N2 ao Sol |
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Castro Verde |
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Almodovar |
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Na paragem do Autocarro |
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No cimo do Caldeirão |
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Ah pois é! |
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Km 738! |
Publicado em 11/05/2021 às 20:44
Temas: bikepacking viagem volta a Portugal
O balcão do café era bastante antigo e transmitia ambiente ao resto do estabelecimento. Mal sinalizado, o humilde café da beira da estrada fora um achado importante, em mais uma manhã de fim Junho na Nacional 2. Estava a absorver esse ambiente, sentado numa cadeira barata, em frente a uma mesa onde repousavam um pão de carcaça com queijo e um galão que arrefecia no seu tradicional copo estriado.
Um cliente local conversa, algum esforço de sedução à mistura, com a jovem empregada. Eu tinha feito os primeiros quilómetros da manhã em jejum, por falta de opções, e imaginava o quanto me penalizariam estes comportamentos. Em qualquer caso, por aqueles tempos sentia-me um veterano, um viajante intrépido, um bikepacker endurecido, que não temia nem o clima nem a distância, e que confortavelmente se instalava em qualquer espaço público, indiferente aos olhares à sua indumentária de licra e habituais camadas de pó e suor.
A minha atenção recaiu então no pequeno televisor instalado a um canto, que transmitia um popular programa matinal. Num segmento sobre celebridades, no contexto de um ano de 2020 cheio de adversidade, discutia-se o falecimento recente de Pedro Lima. Isto era novo para mim. Tinha brevemente cruzado caminho com o conhecido actor de novelas na minha carreira de fotógrafo. Enquanto eu fora fotógrafo do grupo Motorpress, o Pedro assumira a posição de director da revista Mens Health. Era um cargo quase honorífico, mas que reflectia o estatuto de estrela de Pedro Lima.
Em pessoa, qualquer um facilmente dava esse estatuto por merecido. O Pedro tinha uma presença que não decepcionava. Era um James Bond da vida real, tinha a beleza de um modelo e o carisma de um bom líder. Tal como com o personagem de Ian Fleming, ficava a ideia de que os homens queriam ser como ele, e as mulheres desejavam estar com ele. O seu charme rivalizava apenas com a sua humildade. Por isso mesmo, a notícia de que esta privilegiada figura pública, casado e pai de filhos, tinha acabado com a própria vida, parecia deixar os comentadores do mundo social perplexos. A minha reacção não era diferente. E aquela questão fez o resto da viagem comigo.
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Montargil |
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A albufeira |
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Puro Alentejo |
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Mesmo a calhar |
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R2? |
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500! |
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Foto obrigatória |
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N2-R2 |
Publicado em 10/05/2021 às 21:01
Temas: bikepacking viagem volta a Portugal
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Um tapete rolante. Mas prefiro o Norte. |
E depois de 1187Km, um furo. Ou será que não? Na roda traseira a pressão vai-se perdendo misteriosamente. O líquido mágico do Tubeless não está a fazer a sua função e tenho que parar com frequência nas bermas da estrada escaldante na zona da Sertã. Está muito calor hoje, será que isso interfere com as propriedades do líquido? Tenho câmaras de ar, mas usar uma significa abdicar do Tubeless nessa roda para o resto da viagem, e não sei se estou pronto para isso.
Sobra dar à bomba. Ao Sol. Já desci bastante para Sul pela N2 e as temperaturas são muito elevadas a partir do meio da manhã. A N2 também é agora mais rolante, por vezes com mais faixas. A estrada é agora mais despida, mais desabrigada. E os carros circulam bem mais depressa. Felizmente não há muito trânsito.
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Despedida de Pedrogão |
O meu quarto dia da N2 foi muito repetitivo: dar à bomba, para manter a roda traseira minimamente cheia de ar. E comprar água cada hora ou hora e meia, que o calor de outra forma não se aguenta. Fui rolando e rolando para Sul, a determinada altura estava no caminho errado e tive de voltar para trás, mais uma vez por causa do meu GPS do demo, que ainda por cima só avisa que eu estou "fora do track", mas não oferece explicações nem alternativas.
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O verde vai desaparecendo aos poucos |
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Alguma atenção depois de 1200Km |
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Cera para cima! |
Publicado em 9/05/2021 às 18:27
Temas: bikepacking viagem volta a Portugal
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N2?? |
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? |
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Come-se bem em Góis... |
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Vistas da estrada |
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A Famosa |
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SIM! Só para mim! |
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Home, sweet home! |
Dia 17. Vimieiro-Pedrogrão Grande. 101km. (Estrada).
Publicado em 9/05/2021 às 8:10
Temas: bikepacking viagem volta a Portugal
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Viseu |
Amanhece em Lamego. É o segundo dia na N2, que fica mesmo ali no fim da rampa de acesso do Parque de Campismo. Despeço-me do velho pastor alemão gigante, um amistoso local, que veio mais uma vez ver se eu precisava de alguma coisa. O que eu precisava era de um bom pequeno almoço, mas hoje não há disso por aqui. Mais vale ir andando para esta que será mais uma etapa de 100Km, como acordado.
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Castro Daire |
A estrada é agradável até Castro Daire. Mas depois desta bela localidade, a N2 está cortada. Sou encaminhado para uma volta por estradas secundárias, onde a determinada altura até o asfalto desaparece. Por mim tudo bem, para isso é que tenho uma bicicleta Gravel. Mas isto corta a velocidade média e hoje não sei mesmo onde irei acabar.
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Às voltas pelos montes, a tentar regressar à N2 |
Depois de alguns atalhos, o desvio leva-me de novo para a N2. Pela hora do almoço estou em Viseu e mais uma vez estranho o burburinho da urbe, já não lido bem com muita gente, nem com muito trânsito. Eu estou bem é nos montes e vales, em zonas recônditas onde por vezes tenho a N2 toda só para mim.
Convém talvez esclarecer, para quem não conhece, o perfil da N2. Esta estrada nacional, como tantas outras, não tem sempre as mesmas características, devido ao progresso e ao crescimento urbano e do tráfico. Mas na maioria dos quilómetros, a N2 é a típica estrada de duas faixas, uma para cada sentido de transito, com uma berma pequena ou mesmo inexistente. No Norte do país, a N2 sobe e desce bastante, mas sem exageros. Há também muitas curvas, que fazem as delicias dos motards e ciclistas, e obrigam os outros utilizadores a estarem sempre atentos ao volante, o que juntamente com o trânsito reduzido, torna o percurso, a meu ver, bastante seguro.
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Conhecem? |
O Almoço foi McPorcarias numa McEsplanada. Estava em caminho e eu tinha preguiça de ir à procura de algo mais substantivo. Nesta fase já desci pelo país o suficiente para o calor ter regressado e preciso de me abrigar um pouco do Sol do meio dia. Mas também não me posso acomodar, ainda falta bastante para os 100Km do dia.
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Oi? |
Mais a Sul encontro a Ecopista do Dão, e como ela é paralela à N2, a determinado ponto eu decido ir explorar. O caminho é super agradável, com árvores, muita sombra e tranquilidade. E ainda são uns largos quilómetros. Mas a ecopista comete o erro de tantas outras ciclo-coisas, termina no meio do nada, sem indicações de nenhum tipo. Largado num arvoredo, sigo o Google Maps até encontrar a estação ferroviária de... wait for it... Santa Comba Dão!
Mas estou do lado errado da via e sou perseguido por mais um cão dos Baskervilles. O enorme animal parece ser o cão de guarda de umas obras e claramente não está ali para fazer amigos. Tenho que pular literalmente a cerca e depois atravessar várias linhas férreas para chegar à bonita estação, abandonada ao calor do dia, que já vai longo.
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Ecopista! |
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Respirar fundo. Isso. |
Não muito longe da estação está uma casa de um cavalheiro bem conhecido, um filho da terra. Parece-me estar a reconhecer a modesta vivenda, de filmes e fotografias antigas e parei para confirmar. Uma placa esclarece que, sim senhor, ali nasceu Salazar.
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Aqui nasceu Salazar |
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Bicicleta no quarto III |
Em conversa com o proprietário, fico a conhecer um bocadinho mais da zona. Ele parece estar envolvido na dinamização da Ecopista do Dão. Aliás, toda a temática da natureza visa atrair turistas sensíveis a estas questões para a zona, sobretudo do Norte da Europa. Foi uma rara conversa nestes dias, uma agradável troca de ideias com um tipo inteligente, mas não podia durar. Because COVID, e também porque eu tenho mesmo que ir dormir. Cumpri mais uma vez com a distancia mínima e amanhã isso é para repetir.
Dia 16. Lamego-Vimieiro. 109km. (Estrada).
Publicado em 7/05/2021 às 12:12
Temas: bikepacking viagem volta a Portugal
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Cá vamos nós! |
O modesto hotel de Chaves não desilude na simpatia e no pequeno almoço. O ambiente é de enorme expectativa. Depois de duas semanas na estrada, hoje começa a N2! Mas no briefing que faço de manhã cedo com o Dentuça, há uma questão que surge. Acontece que conhecemos quem tenha feito esta rota antes, de bicicleta, mas com carro de apoio e alojamento tratado. E quem fez, fez muitos mais quilómetros por dia do que aquilo que eu sou capaz. Por causa das comparações, o Dentuça acha que temos andado a pastar, a vagabundear pelo país até agora, e se não estipularmos uma meta, um objectivo, eu vou "arrastar-me" também pela N2 abaixo, porque aparentemente sou "um granda menino".
Assim, para não ser demasiado fácil, para ter mais um aliciante, mais um incentivo, fica estipulado que tenho que fazer a N2 completa em sete dias no máximo, o que se traduz numa média diária sempre superior a 100km. A altimetria no Norte mete respeito, mas melhora no Sul do país. O facto de nesta altura já ter mais quilómetros nas pernas que os 738 da própria N2 dá-me alguma confiança. No entusiasmo da manhã, eu acho tudo boa ideia e comprometo-me a cumprir os objectivos traçados pelo paquiderme estofado.
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Na ponte romana |
Chega a hora da partida. Atravesso Chaves com um cacho de bananas pendurado na bolsa do selim, e a sensação de estar a dar início a uma missão, alguma coisa importante. Localizo o Km 0 sem dificuldades. Fica no meio de uma banal rotunda concorrida. Imediatamente alguém reconhece os meus propósitos e se oferece para tirar a minha fotografia com a bicicleta, em frente ao marco quilométrico que indica simplesmente 0Km. Boas energias.
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O Km Zero |
E a coisa começa. Rolando pela cidade, já na N2, recebo várias buzinadelas de incentivo. As pessoas acenam, sou uma pequena vedeta temporária. Os habitantes estão acostumados ao colorido de ciclistas e motards a passar por aqui, mas não devem ter visto muitos recentemente, devido ao COVID. A sensação é incrível, ontem era só um ciclista esquisito anónimo, cheio de coisas penduradas na bicicleta. Hoje sou como um peregrino de Santiago, toda a gente parece perceber o que estou a fazer. E parecem gostar.
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Vidago |
A estrada em si tem ambiente. Nos últimos anos parece ter havido um esforço por divulgar o traçado da N2 como forma de fomentar o turismo nos concelhos abrangidos e os indícios estão por toda a parte. Desde os cafés e restaurantes que mudaram de nome para algo referente à N2, até uma app dedicada para o telemóvel e um passaporte, ao estilo da credencial do peregrino de Santiago. Mas não se enganem, a N2 não é feita de marketing, o traçado é de facto simplesmente magnífico, e depressa a sua fama se justifica.
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Decididamente não estamos no Isaltinistão |
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Mais Chaimites em Vila Real |
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A4, Viaduto do Corgo |
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Não está mal |
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Razoável |
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Aceitavelzito |
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Lamego! |
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Final de dia em Lamego |
Publicado em 6/05/2021 às 13:25
Temas: bikepacking viagem volta a Portugal
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Chaves! Rejubilai! |
O tempo continua farrusco quando regresso à N103 pela manhã, mas não chove e depois do dia de ontem, isso agradece-se. A nacional tem vindo a revelar-se muito aprazível. Não tem a altimetria maluca das estradas secundárias dos montes e vales do Gerês, mas tem curvas e sobe e desce suficiente para não ser aborrecido. O trânsito é ligeiro e não provoca stress. Pelo meio da manhã tenho que concluir que, se não chover, vai ser um dia divertido.
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Estas nuvens ladram mas não mordem |
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Quase |
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Pontes |
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E mais pontes |
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E pontes... |
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